PM do Tocantins, alvo de operação por venda de armas de fogo ilegais, vira réu em processo

Justiça aceitou denúncia contra o 2º sargento da PM Joemil Miranda e investigados no caso. Entre as denúncias, ele teria registrado boletins falsos sobre o furto de armas para poder fazer vendas.

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A Justiça acatou a denúncia contra o segundo sargento da Polícia Militar Joemil Miranda da Cunha, acusado de praticar o crime de venda ilegal de arma de fogo. Ele foi detido durante uma operação conduzida pela Polícia Civil em Araguaína, no norte do Tocantins, e agora é réu em um processo que está em tramitação na 2ª Vara Criminal da cidade.

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A operação ocorreu em 3 de abril deste ano. Diversos alvos são investigados, incluindo um empresário e um agente administrativo do sistema penal, cujos nomes não foram divulgados. Durante a execução dos mandados, a Polícia Civil confiscou um considerável arsenal contendo armas e munições de diferentes calibres.

Desde então, Joemil permanece detido na 2ª Companhia do Batalhão da Polícia Militar em Araguaína. Os outros três indivíduos investigados também se tornaram réus no processo.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Joemil estaria envolvido em um esquema de comércio clandestino, vendendo armas e munições de uso proibido, permitido e restrito, além de acessórios. Alega-se que ele realizava essas transações em dois clubes de tiro da cidade.

Conforme apurado, Joemil usava dados pessoais de associados desses clubes para adquirir armas sem o conhecimento dos próprios donos. Além disso, teria registrado falsos boletins de ocorrência para simular o furto das armas e, posteriormente, revendê-las aos associados.

Arsenal é apreendido em operação contra comércio ilegal de armas de fogo
Foto: Divulgação/PMTO

O juiz Carlos Roberto de Sousa Dutra destacou que a denúncia apresentou detalhes precisos do crime, embasando assim sua aceitação. A defesa tem 10 dias para responder às acusações por escrito, enquanto o Ministério Público deve apresentar a certidão de antecedentes criminais do policial. O delegado responsável pela investigação foi intimado a fornecer laudos periciais de uma arma de fogo mencionada na denúncia, além das munições apreendidas.

A operação

A operação teve início em outubro de 2023, após um dos investigados registrar um boletim de ocorrência online relatando o furto de duas armas e munições. Contudo, a investigação revelou que o suposto roubo era falso e que as armas foram, na verdade, vendidas no mercado ilegal.

Posteriormente, as autoridades identificaram mais armas supostamente furtadas que estavam envolvidas no esquema ilegal de venda. Áudios de suspeitos discutindo o esquema foram descobertos, onde eles confirmaram a natureza clandestina das armas vendidas e expressaram confiança de que a investigação policial não progrediria.

No total, 14 pessoas foram detidas sob suspeita de participação no esquema, sendo que quatro delas acabaram sendo presas.