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A advogada Lourdes Otaviani, de 71 anos, que morreu com sinais de espancamento, com indícios de que ela foi vítima de violência doméstica cometida pelo próprio filho, relatou no hospital que havia sido atacada por um cachorro. Mãe de um único filho, Lourdes permaneceu quase 40 dias internada na UTI antes de falecer. O filho, Guilherme Roberto Otaviani Grassi, principal suspeito do crime, estava proibido de se aproximar dela desde fevereiro.
LA advogada já havia sido agredida em outras ocasiões e teria alegado que os ferimentos eram resultado de um ataque de cachorro. Após sua internação, a Polícia Civil de Paraíso do Tocantins abriu um inquérito e indiciou Guilherme por lesão corporal grave, perigo à integridade física de pessoa idosa e constrangimento ilegal. A investigação foi concluída antes do óbito.
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“Ficou constatado que a vítima apresentava sinais externos condizentes com violência doméstica, incompatíveis com um ataque de cachorro. Outros elementos de prova coletados durante a investigação indicaram que o agressor seria o próprio filho da vítima”, afirmou o delegado regional de Paraíso, Bruno Monteiro Baeza.
Lourdes era uma dedicada profissional do direito e atuava na subseção da OAB de Paraíso do Tocantins, especialmente em questões relacionadas à previdência.
As últimas imagens de Lourdes foram registradas em 12 de janeiro, dentro do hospital, quando ela alegou ter sido ferida por um cachorro. Funcionários do hospital suspeitaram de violência doméstica e notificaram a polícia.
A certidão de óbito de Lourdes contém a informação “óbito a esclarecer”. O nome de seu filho consta no documento no campo que se refere à pessoa que comunicou o falecimento. Além disso, é mencionado que ela deixou bens e não fez testamento.
O sepultamento de Lourdes ocorreu na segunda-feira (19), no cemitério municipal Jardim da Paz, em Palmas. Guilherme Otaviani cuidou dos arranjos fúnebres da mãe, apesar de ter sido indiciado pela Polícia Civil como suspeito das agressões que resultaram em sua morte.
O presidente da OAB, subseção Paraíso, Whillam Maciel, afirmou que a instituição está acompanhando de perto o desenrolar do caso. “Nós estamos em contato com a juíza para obter informações sobre o andamento do processo e as decisões. Também nos reunimos com o Ministério Público para acompanhar a situação e as denúncias”, concluiu.
Entenda o caso
A advogada já havia sido agredida em outras ocasiões e teria relatado que os ferimentos eram resultado de um ataque de cachorro. Após sua internação, a Polícia Civil de Paraíso abriu um inquérito e indiciou Guilherme por lesão corporal grave, perigo à integridade física de pessoa idosa e constrangimento ilegal. A investigação foi concluída antes do óbito.
“Ficou constatado que a vítima apresentava sinais externos condizentes com violência doméstica, incompatíveis com um ataque de cachorro. Outros elementos de prova coletados durante a investigação indicaram que o agressor seria o próprio filho da vítima”, afirmou o delegado regional de Paraíso, Bruno Monteiro Baeza.
Guilherme também estava enfrentando um processo penal por suspeita de crimes semelhantes contra a própria avó, que também faleceu. “Esse indivíduo está sendo processado por um caso muito semelhante, no qual a vítima foi sua avó. Foi apurado que a avó foi levada ao hospital e, após alguns dias de internação, veio a falecer”, relatou o delegado.
A polícia e o Ministério Público solicitaram a prisão preventiva do suspeito durante a investigação, mas o pedido foi negado pela juíza Renata do Nascimento, da vara criminal de Paraíso.
Na decisão, emitida em 3 de fevereiro, a juíza alegou falta de fundamentação e optou por medidas cautelares, como a proibição de Guilherme se aproximar da mãe, que já estava internada no Hospital Geral de Palmas desde 12 de janeiro.
O estado de saúde da idosa se deteriorou e ela faleceu no fim de semana.
O caso está sendo acompanhado pela Ordem dos Advogados (OAB). “Essa situação nos entristece profundamente. Perdemos uma colega muito querida e estamos todos consternados”, afirmou o advogado Whillian Maciel.
O Ministério Público informou que o inquérito, concluído em fevereiro, chegou ao promotor responsável no final desta segunda-feira (26) e que agora será analisado para a possível apresentação de denúncia.
O Tribunal de Justiça se recusou a comentar o caso.
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*Com informações do G1