Último dos ‘pipocas’: suspeito de ataque a carro-forte é preso em operação da Polícia Civil

Tentativa de assalto aconteceu em Pequizeiro, em 2019, e terminou com seis criminosos e um policial militar mortos.

Compartilhe:

 

>> Siga o canal do "Sou Mais Notícias" no WhatsApp e receba as notícias no celular.

Uma operação da Polícia Civil realizada na manhã desta quinta-feira (21) tem como alvo suspeitos envolvimento com a tentativa de roubo de um carro-forte em Pequizeiro, na região central do estado. Esse crime aconteceu em outubro de 2019 e deu início a um cerco policial que durou 15 dias e terminou com a morte de seis suspeitos e um policial militar. Um dos alvos seria o último líder do grupo de assaltantes conhecido como ‘Quadrilha dos Pipocas‘.

Conforme a Polícia Civil, a ação busca cumprir cinco mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos nos estados do Tocantins, Pará e Maranhão. A ação foi chamada de Américo Gama, que é o nome do militar porto pelos criminosos durante confronto.

Os mandados são cumpridos pela Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC de Palmas) e Divisão de Repressão ao Crime Organizado, além de contar com a participação de vários delegados, apoio tático do Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE) e suporte da 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Guaraí, além das Polícias Civis dos Estados do Pará e Maranhão.

Os investigadores identificaram a existência de uma rede criminosa formada por moradores da região, que foram responsáveis por dar o suporte à Turma dos Pipocas e também são alvos de mandados. Eles teriam ajudado tanto no planejamento do atentado, quanto no resgate após o assalto ser frustrado.

Segundo a polícia, até um fazendeiro conhecido na região teria dado apoio ao grupo disponibilizando um caminhão baú para transportar os assaltantes e o armamento de forma despercebida pelas barreiras policiais. Na época dos fatos, o fazendeiro tentou realizar o resgate do bando e chegou a ser abordado por uma viatura da PM próximo ao local das buscas.

A presença do fazendeiro, que é uma pessoa influente e conhecida na região, não levantou suspeita dos policiais militares e ele acabou sendo liberado. “Esse fato explica, inclusive, o plano dos Pipocas em recrutar moradores da localidade, ou seja, para justamente não despertar nenhuma desconfiança das forças de segurança locais”, ressaltou Eduardo de Menezes.

Armas e dinheiro

Entenda

A tentativa de roubo ao carro-forte ocorreu no dia 24 de outubro, quando os vigilantes do transporte de valores foram abordados por cinco assaltantes em uma estrada de Pequizeiro. O grupo cercou o veículo blindado e fez disparos, mas o motorista do carro-forte colidiu com o carro dos criminosos e fez com que capotassem.

Os criminosos furtaram uma moto e depois um carro, mas acabaram perdendo o controle novamente e fugiram pelo mato. Nesse momento, a Polícia Militar começou a perseguição aos assaltantes em um cerco que durou 15 dias.

No dia 31 de outubro, sétimo dia de buscas, um grupo de policiais militares interceptou a tentativa de resgate dos cinco assaltantes. A retirada dos criminosos do matagal seria feita por dois suspeitos, que trocaram tiros com a PM e acabaram mortos.

A polícia estabeleceu um perímetro de buscas mais restrito e no dia seguinte localizou os conhecidos Irmãos Pipocas. A dupla era uma das principais lideranças da Turma dos Pipocas. Após nova troca de tiros, os dois irmãos foram mortos, mas também acabaram baleando o sargento Deusdete Américo Furtado Gama, que morreu a caminho do hospital.

Na madrugada do dia 1º de novembro, enquanto as buscas continuavam na área rural de Pequizeiro, a agência do Banco Bradesco da cidade foi totalmente destruída por explosivos. Segundo a Polícia Civil, o ataque foi realizado por outros integrantes do bando para chamar a atenção dos agentes que estavam na busca e atrair as autoridades para o município. Com isso, os demais membros do grupo que estavam na mata poderiam escapar.

No dia 4 de novembro de 2019, dois dos três assaltantes que ainda estavam foragidos invadiram uma fazenda da região e amordaçaram os funcionários. O arrendatário da propriedade chegou a ser obrigado a usar seu carro para levar os bandidos até o município de Araguacema só que eles se depararam com uma barreira policial e os suspeitos voltaram para a mata.

Três dias depois, a operação de buscas foi encerrada com o encontro de dois suspeitos caminhando pela mata. Após mais uma troca de tiros, acabaram também sendo mortos.