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A Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou para 85 o número de vítimas fatais decorrentes dos temporais que assolam o estado. O relatório divulgado no início da noite desta segunda-feira (6) indica ainda que há outros 4 óbitos sob investigação. Além disso, o estado contabiliza 134 pessoas desaparecidas e 339 feridas.
Atualmente, 201,5 mil indivíduos estão deslocados de suas residências, dos quais 47,6 mil estão em abrigos e 153,8 mil são desalojados, abrigados temporariamente na casa de familiares ou amigos.
Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, 385 relatam algum tipo de problema relacionado aos temporais, afetando cerca de 1,178 milhão de habitantes. Abaixo, estão listados os impactos nos serviços, na educação e nos transportes.
A previsão de mais chuvas a partir da metade desta semana em áreas já atingidas pelos temporais coloca o estado novamente em alerta. Imagens capturadas pelo satélite Amazônia 1, operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e obtidas com exclusividade pelo G1, mostram uma visão em escala do antes e depois da maior tragédia já ocorrida no Rio Grande do Sul.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), recomendou que os moradores dos bairros Cidade Baixa e Menino Deus deixem a região, após o aumento do nível das águas na tarde desta segunda-feira (6).
A Arena do Grêmio, em Porto Alegre, informou que não tem mais capacidade para acolher desabrigados. Além do gramado alagado, a administração relata falta de água e energia elétrica, resultando no translado de mais de 300 pessoas para abrigos municipais.
Hospitais de campanha foram instalados pelo governo federal para prestar assistência às pessoas feridas e desabrigadas. Até o momento, as cidades de Estrela, Canoas e São Leopoldo receberam essas estruturas.
Energia: A Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE Equatorial) não forneceu informações sobre quantos pontos em sua área de concessão estão sem eletricidade. No entanto, um representante da empresa mencionou anteriormente que 170 mil imóveis estavam sem energia em Porto Alegre. A RGE Sul relata 270 mil pontos sem luz em sua área de atuação.
Água: A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) contabiliza 750 mil clientes sem abastecimento de água no estado. Em Porto Alegre, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) afirma que 70% da cidade está sem água, e o prefeito Sebastião Melo (MDB) solicitou que a população racione o recurso.
Telefonia e internet: A operadora Tim informa que 38 municípios estão sem serviços de telefonia e internet. A Vivo tem sua cobertura prejudicada em 28 cidades, enquanto a Claro registra 19 municípios sem sinal. As operadoras disponibilizaram pacotes de internet gratuitos para clientes no Rio Grande do Sul, a fim de garantir a comunicação durante os temporais que assolam o estado desde 29 de abril.
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Educação: Segundo o governo do RS, 789 escolas em 216 municípios foram afetadas, sendo 386 danificadas e 52 servindo de abrigo, além de problemas relacionados ao transporte e acesso. Cerca de 273 mil estudantes são impactados por esses problemas.
As aulas na rede estadual serão retomadas na terça-feira (7) nas regiões de Uruguaiana, Osório, Erechim, Rio Grande, Palmeira das Missões, Três Passos, São Luiz Gonzaga, São Borja e Ijuí. A decisão sobre o retorno das atividades nas demais regiões ainda está sendo avaliada.
Estradas: As rodovias estaduais apresentam bloqueios totais e parciais em 99 trechos de 42 estradas. Nas rodovias federais, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) reporta 58 bloqueios, sendo 19 parciais.
Aeroporto: A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou que o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, está fechado por tempo indeterminado, com todas as operações suspensas. Imagens revelam alagamentos em áreas de espera, circulação de passageiros e áreas de pouso de aeronaves.
Situação de emergência: O governo decretou estado de calamidade, medida reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado pode solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestrutura e restabelecimento de serviços essenciais.
A Defesa Civil colocou a maioria das bacias hidrográficas do estado em risco de elevação das águas acima da cota de inundação.
Causas dos temporais: Meteorologistas afirmam que os temporais no Rio Grande do Sul são resultado de pelo menos três fenômenos regionais, exacerbados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, são esperadas mais chuvas.
A tragédia no estado é atribuída a correntes de vento intensas, um corredor de umidade proveniente da Amazônia, que amplifica a precipitação, e a um bloqueio atmosférico causado pelas ondas de calor.