Receita aperta fiscalização e passa a receber dados de cartões de crédito e PIX de instituições financeiras

Regra, que foi anunciada em setembro, entrou em vigor na virada do ano. Transações de janeiro a junho, por exemplo, deverão ser informadas ao Fisco em agosto deste ano.

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A Receita Federal iniciou o ano com novos mecanismos para monitorar as transações financeiras dos contribuintes. Agora, além dos dados fornecidos por bancos tradicionais, o órgão também receberá informações de operadoras de cartão de crédito e de “instituições de pagamento”.

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As instituições de pagamento (IP) são empresas que facilitam a movimentação de recursos, compra e venda, sem oferecer serviços como empréstimos e financiamentos. Exemplos incluem bancos digitais, carteiras digitais e grandes varejistas.

Como funciona o envio de informações?

Os dados serão transmitidos semestralmente por meio da “e-Financeira”, uma declaração que consolida informações financeiras. As transações realizadas entre janeiro e julho, por exemplo, serão enviadas à Receita em agosto.

Apenas movimentações financeiras que excedam determinados valores serão informadas:

  • R$ 5 mil para pessoas físicas;
  • R$ 15 mil para empresas.

Os dados abrangem operações como PIX, pagamentos, investimentos, e são utilizados para detectar irregularidades e garantir o cumprimento das leis tributárias.

Objetivos e compromissos internacionais

Segundo a Receita, o novo modelo aprimora o controle e fiscalização, além de atender a padrões internacionais de transparência, como o Padrão de Declaração Comum (CRS). A medida também visa combater a evasão fiscal e promover maior clareza nas operações financeiras globais.

Histórico da fiscalização
  • 2007: Extinção da CPMF e criação da Dimof (Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira), exigindo que bancos informassem a movimentação financeira de seus clientes.
  • 2015: Substituição da Dimof pela “e-Financeira”, integrada ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), consolidando informações como aplicações financeiras, previdência privada e investimentos em ações.
A importância da e-Financeira

A Receita esclareceu que as instituições financeiras não informam transferências bancárias específicas, mas sim valores globais a débito e crédito, consolidados por contribuinte. A e-Financeira é vista como um instrumento fundamental para garantir transparência e combater ilícitos financeiros.

Com a ampliação do monitoramento, o Brasil reforça sua capacidade de controle fiscal, promovendo maior conformidade nas operações financeiras e alinhando-se às melhores práticas internacionais.