Pai de santo é suspeito de passar HIV de propósito para estudante

Rapaz de 23 anos contou à polícia que foi manipulado para não usar preservativo nas relações sexuais. Caso foi registrado na Polícia Civil, em Anápolis.

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Um estudante de enfermagem de 23 anos denunciou à Polícia Civil que um pai de santo, de 52 anos, teria transmitido intencionalmente o vírus HIV para ele em Anápolis, em Goiás. Segundo a advogada da vítima, o rapaz manteve relações com o suspeito por cinco meses, sem saber que ele era portador do vírus.

A advogada afirmou que há vários indícios de que o suspeito deliberadamente transmitiu o vírus, incluindo o fato de que ele omitiu sua condição de saúde ao jovem, que é muito mais jovem e vulnerável devido a diversas condições psicológicas que o suspeito estava ciente.

Devido à sua condição psicológica, a vítima alegou à polícia que se sentiu manipulada. O jovem relatou que questionou a falta de uso de preservativo nas relações, mas o suspeito o convenceu a não usá-lo, alegando que não tinha outros parceiros. No entanto, a defesa do rapaz demonstrou o contrário.

A advogada explicou ainda que o suspeito era casado com uma pessoa, namorava outra e estava envolvido com a vítima. A vítima foi informada, durante uma conversa com o parceiro do suspeito, sobre a necessidade de fazer exames. Ao procurar um posto de saúde, ele confirmou que estava infectado.

Segundo a advogada, o jovem não sabia que o suspeito tinha outros parceiros, e um deles o procurou depois de ter visto conversas de teor sexual entre eles. Foi então que o jovem descobriu que estava com o HIV na última segunda-feira (30) e relatou o caso à polícia.

A vítima está passando por acompanhamento psicológico e psiquiátrico e tomando medicação para tratar o vírus. A situação o abalou profundamente, com crises de choro frequentes, mas ele tem se mantido firme na crença de que a justiça prevalecerá, segundo a advogada.

O jovem também denunciou o suspeito à polícia por ameaças, alegando que o suspeito usou elementos religiosos para causar medo e coagi-lo a apagar mensagens, pois não queria que o relacionamento fosse divulgado.

O caso foi inicialmente registrado como lesão corporal de natureza grave que resultou em enfermidade incurável e ameaça. Até a última atualização desta reportagem, não havia informações disponíveis sobre o andamento da investigação.

Federação de Umbanda e Candomblé se manifesta

Em uma declaração, Carmen Silva Waldemar Pinto, vice-presidente da Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de Goiás (Fuceg), afirmou que se trata de um caso isolado e que o julgamento compete às autoridades competentes. Carmen esclareceu ainda que o suspeito não faz parte da Fuceg.

“A federação existe, mas a pessoa pode optar por não fazer parte dela. A federação existe para dar suporte. Funciona como uma espécie de plano de saúde, você opta por tê-lo ou não. Ele não faz parte, mas é acolhido pela federação também,” explicou.

Após ataques nas redes sociais devido à divulgação do caso, Carmen afirmou que repudia qualquer discriminação e intolerância religiosa.

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