Nesta quarta-feira (9), a Polícia Civil confirmou que há um sobrevivente da chacina que deixou seis mortos após o assassinato de um policial militar em Miracema do Tocantins, região central do estado, no fim de semana. O rapaz, de 18 anos, chegou a ser baleado nas costas, mas conseguiu fugir.

Ele passou por cirurgia e está em estado estável sob escolta de agentes de delegacias especializadas 24 horas por dia. O jovem estava com com os três jovens sem passagens pela polícia que foram executados com um tiro na cabeça cada um.

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Cinco dias após a chacina em Miracema, ninguém foi preso. Ainda não se sabe quem são os encapuzados que invadiram a delegacia na cidade, renderam um agente e uma escrivã e executaram Manoel Soares de 67 anos e o filho dele Edson Marinho de 34, ambos sem passagem criminal.

Eles eram pai e irmão de Valbiano Marinho, morto em suposto confronto com a PM e considerado o principal suspeito de assassinar o sargento da polícia Anamom Rodrigues.

A PM alega que Valbiano foi morto enquanto os policiais estavam registrando a ocorrência na delegacia, versão contestada pela mãe o morto que afirma que ele foi assassinado estando algemado em casa.

Os investigadores apuram ainda se há relação entre estes crimes e os corpos dos jovens encontrados horas depois. As equipes agora concentram esforços em proteger o único sobrevivente da chacina.

Nesta quarta -feira (9) 20 entidades ligadas aos direitos humanos divulgaram uma carta repudiando as execuções. O documento afirma que a suspeita é de que a sucessão de crimes tenha sido praticada por pessoas que representam a ordem e a segurança do povo de Miracema.

A carta diz ainda que o fato é gravíssimo, já que dois dos mortos estavam sob custódia do estado e pede ainda uma rápida e eficaz investigação dos vários assassinatos.

Também nesta quarta, deputados da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa pediram rigor nas investigações.

MP e SSP se unem para investigar execuções

As mortes ocorridas no último fim de semana em Miracema do Tocantins vão ser investigadas em conjunto pelo Ministério Público do Tocantins e pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado.

Por parte do MP, participaram integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – que, em nível institucional, estão acompanhando o caso em conjunto com o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp).

Segundo o MP, ao tomar conhecimento dos fatos, o procurador-geral de Justiça, Luciano Casaroti, acionou os membros do Gaeco e do Gaesp para atuarem no caso. Foi instaurado, no âmbito do Ministério Público, um procedimento para acompanhamento das investigações, colheita e compartilhamento de provas, inclusive depoimentos de testemunhas e realização de perícias.