Temporais no RS: Defesa Civil confirma 66 mortes e investiga outros 6 óbitos

A Defesa Civil soma 95,7 mil pessoas fora de casa e 332 municípios afetados. Aeroporto e rodoviária de Porto Alegre estão fechados.

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A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou que 66 mortes foram confirmadas devido aos temporais que afetam o estado, conforme boletim divulgado às 9h deste domingo (5). Outros seis óbitos confirmados estão sob investigação para determinar se estão relacionados à tragédia.

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Além das vítimas fatais, há 101 pessoas desaparecidas e 155 feridas. A Defesa Civil contabiliza 95,7 mil desabrigados, dos quais 15,1 mil estão em abrigos e 80,5 mil estão desalojados, recebendo assistência nas residências de familiares ou amigos. Um total de 332 dos 496 municípios do estado enfrentam algum tipo de problema, afetando 707,1 mil pessoas.

Em Porto Alegre, o nível do Guaíba excedeu a cota de inundação, resultando em transbordamentos que invadiram ruas e avenidas, atingindo mais de 5 metros na manhã deste sábado.

A rodoviária de Porto Alegre ficou completamente inundada, conforme relatos do gerente de operações Jorge Rosa. Todos os serviços de chegada e partida da cidade foram suspensos. Além disso, o Aeroporto Salgado Filho foi fechado devido ao alto volume de chuvas.

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Em uma entrevista coletiva na manhã deste sábado (4), o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), solicitou à população que faça racionamento de água, considerando-o “quase uma determinação”. Quatro das seis estações de tratamento de água não estão operacionais.

Os temporais também deixaram presídios do estado isolados devido às enchentes. Mais de 1 mil detentos precisaram ser transferidos para outras unidades prisionais.

Estado de calamidade

O governo decretou estado de calamidade, uma medida que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado pode solicitar recursos federais para ações de defesa civil, incluindo assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.

A Defesa Civil alertou para o risco de elevação das águas acima da cota de inundação em grande parte das bacias hidrográficas do estado.

O governo federal enviou 100 integrantes da Força Nacional para o RS na tarde de sexta-feira (3). Essa tropa federal ajudará nas operações de salvamento e resgate das pessoas afetadas pelas enchentes no estado.

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Dos 100 enviados, 60 são bombeiros, que auxiliarão na resposta ao desastre causado pelos temporais. Também foram deslocados para o estado 25 caminhonetes, dois ônibus, um caminhão e três botes de resgate. Um total de 36 policiais federais está diretamente envolvido nos trabalhos.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) mobilizou 75 agentes para as operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes, além de sete especialistas em resgate.

Causas dos temporais

Meteorologistas afirmam que os temporais no Rio Grande do Sul são resultado de pelo menos três fenômenos regionais, exacerbados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, são esperadas mais chuvas.

A tragédia está relacionada a correntes de vento intensas, a um corredor de umidade proveniente da Amazônia, que aumenta a intensidade das chuvas, e a um bloqueio atmosférico causado por ondas de calor.

A previsão é de que a situação persista até sábado, com acumulados de chuva podendo chegar a 400 milímetros. Esse volume se somará aos mais de 300 milímetros de chuva registrados nos últimos 4 dias.