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A professora de história Bruna Flor de Macedo Barcelos, que relatou ter sido demitida após ter fotos nuas vazadas por estudantes, anunciou que foi recontratada para trabalhar na rede estadual em Goiânia, após mais de 5 meses de desemprego.
“Estou muito feliz. A dignidade da pessoa humana precisa ser garantida”, comemorou a professora.
Ela informou que assinou o documento de recontratação na tarde desta segunda-feira (15). A previsão é de que comece a trabalhar na nova instituição de ensino na terça-feira (16).
Segundo Bruna, o contrato anterior à demissão será reativado. Ela foi demitida em novembro de 2023.
A Secretaria de Estado da Educação de Goiás não se manifestou ainda sobre a recontratação da professora. Em uma nota enviada em março, a pasta justificou que Bruna foi contratada em caráter emergencial para atender a uma demanda específica da unidade escolar. Seu desligamento ocorreu devido à convocação de novos professores aprovados no concurso público de 2022, que assumiram efetivamente suas vagas na rede pública estadual de ensino em 2023.
Um comunicado da Escola Estadual Doutor Gerson de Faria sobre a demissão mencionou o vazamento das fotos. Em resposta a um pedido de esclarecimento em defesa da professora, a instituição afirmou que o regimento escolar proíbe os professores de emprestarem seus celulares pessoais aos alunos.
Além disso, a escola ressaltou que suas decisões seguiram o Estatuto da Criança e do Adolescente, que visa à proteção integral das crianças e de seus direitos, e que a professora foi orientada a procurar a polícia.
Relembre o caso
Na época, Bruna explicou que emprestou o celular para que os alunos pudessem tirar fotos de um evento escolar, que seriam utilizadas posteriormente em uma atividade pedagógica. No entanto, os alunos acessaram pastas pessoais e compartilharam as imagens com os colegas.
A professora denunciou o vazamento das fotos à Polícia Civil. Ela relatou que a administração da escola tomou conhecimento do caso quando uma coordenadora viu diversos alunos reunidos olhando uma foto dela nua.
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“Era o meu horário normal de trabalho, e eu não tinha conhecimento do que estava acontecendo. Só fui informada às 18 horas, quando a diretora, no final do dia, me chamou para uma reunião, dizendo que seria uma conversa a sós. No entanto, havia seis pessoas na sala, o que me deixou constrangida, e foi então que ela me informou sobre o ocorrido. Fiquei chocada”, relembrou a professora.
Após o incidente, Bruna afirmou que passou a sofrer hostilidades no ambiente escolar, por parte de colegas e da administração. Ela tinha um contrato de cinco anos com a escola, mas foi demitida menos de oito meses após o início do contrato, em 2023.
Bruna Flor de Macedo Barcelos defendeu que emprestou o celular porque a escola não possuía dispositivos para filmar, e que o registro do evento, que fazia parte do Mês da Consciência Negra, era importante. “Permitir que os alunos façam o registro de uma atividade é dar-lhes autonomia, o que é fundamental para um ser humano livre e cidadão”, afirmou.