Porto Nacional: 156 anos de emancipação e 279 anos de história

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Com seus 279 anos de história e 156 de emancipação política, Porto Nacional é na visão do médico, músico e escritor Célio Pedreira a “capital secreta do mundo”. Fundada no início do século XIX, o município sempre esteve diretamente ligado histórico e culturalmente ao Rio Tocantins. Por muito tempo, o rio foi à principal via de acesso, onde embarcações singravam o Tocantins transportando mercadorias entre Porto Nacional e Belém do Pará. Além
das mercadorias, do rio também vinham grandes enredos da cultura local, como a história da Boiúna (Cobra Grande), lenda eternizada e regionalizada em Porto sob os pés (flutuantes) do Padre Luzo Matos (O Padre Santo).

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Com a construção da rodovia BR-153, nos anos 1970, o fluxo de pessoas e mercadorias passou para a via terrestre, deixando se fazer esquecida, toda essa região que se encontrava as margens direita do Tocantins. Esquecimento que foi amenizado com a construção da Ponte sobre o rio ligando à cidade a nova rodovia, em 1979.

Após a construção da Usina Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães, na cidade de Lajeado, a cidade deixou de conviver com o rio para conviver com o lago, uma grande perca de identidade e princípios na qual a cidade está aprendendo a superar. Apesar do desnorteio de não mais ver o Rio Tocantins correr, Porto Nacional não perdeu suas fortes tradições na cultura, na educação e na política, por que sempre teve na força de sua gente a sua mais valia.

Histórico
O primeiro núcleo de povoação surgiu no fim do século XVIII, ao fluxo dos bandeirantes, aventureiros portugueses, que, auxiliados pelo braço forte do escravo africano, embrenhavam pelos sertões do Brasil à procura de ouro. De fato, as usinas de ouro de Carmo e Pontal, atraíam os aventureiros lusitanos e mamelucos a ponto de levá-los a enfrentar as tribos e animais selvagens daquelas regiões desconhecidas.

Dentro deste processo de descoberta de garimpos da então região setentrional da capitania de São Paulo o Pontal, tendo sido fundado quatro anos após Natividade (1734), dois anos antes de Arraias (1740) e oito anos antes do Carmo, cuja fundação deve datar de 1746. Com a revolta do índios Xerentes do Alto Tocantins e o ataque surpresa contra os invasores e o Arraial do Pontal, massacrando quase toda a população. Os sobreviventes migraram para a beira do Rio Tocantins, à margem direita, justamente no porto de passagem de transeuntes daquele arraial para o de Nossa Senhora do Carmo.

A navegação do Rio Tocantins foi um dos fatores que contribuiu, para o desenvolvimento acelerado daquele povoado. As grandes riquezas minerais eram levadas através do Rio Tocantins até Belém e, de lá, para as terras de Portugal.
Em 1835, foi criada, por determinação da Lei Providencial nº 14, de 23 de julho, a Paróquia de Nossa Senhora das Mercês, padroeira da cidade até hoje. O grande templo a padroeira, em substituição a pequena capela para adoração a santa, começou a ser construído em 1894 e finalizando em 1903, neste mesmo ano foi inaugurada como igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora das Mercês, o titulo de Catedral só foi adquirida em 1921.

A igreja é um dos mais importantes patrimônios da cidade. A presença dos frades e freiras dominicanos contribuíram muito para o fortalecimento da educação e cultura da região.

Porto que era Real, passou a imperial e agora é Nacional
Ao antes Porto Real, só foi concedido foros de Cidade por efeito da Resolução Providencial nº 333, de 13 de julho de 1961, com a denominação de Porto Imperial. Em virtude de Decreto Lei Estadual nº 21, de 7 de março de 1890, a cidade recebeu a denominação de Porto Nacional. Seu primeiro intendente (figura da administração pública) foi o Tenente Coronel Joaquim Alves da Silva, que governou até o ano de 1895. Pela Bula “Apostolatus Officium”, do Papa Bento XV, de 20 de dezembro de 1915, desmembrada da então Diocese de Goiás. O 1º Bispo foi Dom Domingos Carrerot, OP, (1920-1923).

Pouco mais tarde, começava-se a desenvolver em Porto Nacional o sistema de transporte e comunicação, que estava muito ligado ao Rio Tocantins, onde navegavam com botes impulsionados por remeiros ou vareiros. Somente em 1923, foi lançado nas águas do Tocantins o primeiro barco a vapor – a lancha Mercês. E motor somente na década de 1940. No ano de 1929 os dois primeiros veículos – um caminhão e um carro – chegam ao município depois de meses de viagem, inclusive abrindo estradas. Eram conduzidos pelo Dr. Francisco Ayres da Silva, deputado e médico que lutava para a abertura de linha mais eficiente de comunicação.

A partir da década de 30, se desenvolve a ligação aérea feita pelo Correio Aéreo Nacional – CAN. Era a Rota do Tocantins que saia do Rio de Janeiro e chegava a Belém aterrissando nos aeroportos instalados por Lysias Rodrigues, entre eles Porto Nacional. A imprensa portuense sempre foi muito atuante, desde o século XIX. Apresentado o cotidiano da cidade, prestando informações públicas e da vida social também eram arautos e porta vozes das reivindicações do norte do estado e defendiam ideias da divisão do estado. Como cidade mais importante do norte de Goiás, Porto Nacional sempre se destacou na política e na defesa dos interesses da região.

O Manifesto Tocantinense, de 1956, por exemplo, consolida Porto Nacional como foco dos movimentos de emancipação. Com a criação do Estado do Tocantins, em 1988, e definida a criação de uma nova capital, com a inspiração em Brasília, a cidade de Porto Nacional se consolidou como uma das referências históricas mais importantes do Estado, onde ainda se encontram plantadas as raízes do norte goiano. Em 2008 a Catedral e as ruas estreitas do centro histórico de Porto Nacional, em meio a inúmeras construções do século XIX, que remonta aos tempos do Brasil Colônia, foram tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). (com informações do Wikipédia)

 

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