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Cinco soldados e dois coronéis da Polícia Militar se tornaram réus por envolvimento na tortura de um major durante um treinamento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em Goiás. De acordo com a denúncia do Ministério Público, os militares chegaram a internar o major escondido da família, alegando falsamente que ele estava com Covid-19.
A Justiça determinou que os réus estão proibidos de manter contato com a vítima, seus familiares e as testemunhas do processo. Veja os crimes pelos quais cada policial militar foi denunciado:
- Coronel Joneval Gomes de Carvalho Júnior: Comandante imediato da vítima junto ao Comando de Missões Especiais, denunciado por tentativa de homicídio qualificado e tortura por omissão.
- Tenente-coronel Marcelo Duarte Veloso: Comandante do Bope e diretor do Comando de Operações Especiais (Coesp), denunciado por tentativa de homicídio qualificado e tortura por omissão.
- Coronel David de Araújo Almeida Filho: Médico do Comando de Saúde, denunciado por tentativa de homicídio qualificado e tortura por omissão.
- Capitão Jonatan Magalhães Missel: Coordenador do curso do Bope, denunciado por tentativa de homicídio qualificado e tortura.
- Sargento Erivelton Pereira da Mata: Instrutor do curso do Bope, denunciado por tortura.
- Sargento Rogério Victor Pinto: Instrutor do curso do Bope, denunciado por tortura.
- Cabo Leonardo de Oliveira Cerqueira: Instrutor do curso do Bope, denunciado por tortura.
Em nota, a Polícia Militar do Estado de Goiás afirmou que, na época dos fatos, adotou todos os procedimentos cabíveis.
Segundo a denúncia, o 12º Curso de Operações Especiais do Bope começou em 13 de outubro de 2021 com uma aula de campo em uma fazenda em Hidrolândia. Os alunos, incluindo o major, enfrentaram um percurso de 16 km com mochila e fuzil, além de exercícios físicos intensos e exposição ao gás lacrimogêneo, seguidos de agressões físicas e psicológicas.
O major foi submetido a agressões contínuas durante três dias, incluindo tapas, pressão psicológica, pauladas e açoites. Em 16 de outubro, ele foi atendido pela equipe médica do Comando de Saúde, já em estado grave, e entrou em coma profundo antes de ser transferido para o Hospital Santa Mônica em Aparecida de Goiânia.
Os policiais envolvidos tentaram ocultar a gravidade da situação da vítima, alegando falsamente que ele estava com Covid-19, e só informaram a família no dia 17 de outubro. A esposa do major conseguiu transferi-lo para o Hospital Anis Rassi, onde foi confirmado que ele não tinha Covid-19 e apresentava lesões graves.
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Durante o processo, os policiais envolvidos tentaram destruir provas e ocultar informações. Apesar das investigações e da denúncia, os sete policiais continuam em serviço, e apenas três instrutores foram punidos com 12 horas de prestação de serviço.
O major recebeu alta hospitalar, mas enfrenta sequelas graves, incluindo danos renais, perda de força nos membros e trauma emocional. O Ministério Público destaca que ele ainda lida com o sentimento de impunidade e desprezo de seus colegas de farda.