Ramon de Souza Pereira foi condenado a 64 anos e 10 meses de prisão pelo assassinato das próprias filhas, Mirielly Gomes Souza, de 8 anos, e Cecília Gomes Souza, de 4 anos. Segundo a Polícia Civil, o crime, ocorrido em maio de 2023, foi motivado por vingança contra a mãe das crianças. A defesa de Ramon já informou que pretende recorrer da decisão, questionando o cálculo da pena.
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A sentença foi proferida na última quarta-feira (4). Ramon, que já está preso, cumprirá a pena em regime fechado. Ele foi condenado por homicídio com cinco qualificadoras: motivo torpe (vingança), meio cruel, uso de arma de fogo, recurso que impediu a defesa das vítimas, e cometimento do crime no contexto de violência doméstica e contra menores de 14 anos.
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A defesa de Ramon afirmou que o processo seguiu corretamente e que conseguiu convencer os jurados a desconsiderar a qualificadora relacionada ao uso de fogo. No entanto, a defesa irá recorrer para discutir a dosimetria da pena.
O crime
De acordo de Polícia Civil, Ramon confessou que matou as filhas como vingança contra a mãe das crianças. Segundo o delegado Marcus Cardoso, o homem instalou um rastreador no carro da ex-companheira e, ao descobrir que ela estava com outro homem em Goianira, reagiu violentamente. Após agredi-la, ele pegou o carro, buscou as filhas na escola e as assassinou em 22 de maio de 2023, em Santo Antônio de Goiás. No dia seguinte, Ramon foi encontrado em um lago, após uma tentativa de suicídio.
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As investigações também revelaram que, um mês antes do crime, Ramon havia ameaçado matar as filhas caso confirmasse a traição da esposa. Ele chegou a confrontar o homem que suspeitava ser o amante da ex-companheira, demonstrando já ter planejado o assassinato das crianças.
O delegado afirmou que não havia evidências de problemas psicológicos em Ramon, que até então não tinha antecedentes criminais ou histórico de violência e era considerado um pai presente.
Nota da defesa
Desde o início das investigações o direito de defesa foi exercido de forma ampla e irrestrita, com todo o sistema de justiça colaborando para o deslinde do feito em tempo hábil. A defesa conseguiu demonstrar aos jurados que a qualificadora relacionada ao uso de fogo deveria ser afastada e conseguiu êxito. A defesa entende que o devido processo legal foi seguido a risca e que a justiça foi feita, informa ainda que irá recorrer para questionar a dosimetria da pena.