Neto leva quadrilha junina a hospital para avó internada que não pode ir à apresentação; Vídeo

Dona Isabel está internada no Hospital de Doenças Tropicais da UFT, em Araguaína. Junina pretende fazer da ação um projeto anual em hospitais, casas de apoio e de idosos.

Em um gesto comovente, o Grupo Tocantins Junina levou a alegria de sua apresentação para um quarto de hospital, garantindo que Dona Isabel, avó de Relderson Sousa Freitas, fundador do grupo Malacabados, não perdesse a dança tradicional. Infelizmente, Dona Isabel, que sempre assiste à apresentação de seu neto na junina, não pôde fazê-lo este ano devido à sua internação no Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins, em Araguaína, no norte do Tocantins. Determinado a homenagear sua avó e garantir que ela não perdesse a apresentação, Relderson e seu grupo fizeram uma visita especial ao hospital.

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Um vídeo capturou o comovente momento em que o grupo chegou ao quarto de Dona Isabel, surpreendendo-a com sua presença. Relderson se disfarçou de ema, uma figura popular no imaginário da junina e parte da apresentação do grupo. Após o anúncio do noivo da junina, Relderson retirou a máscara e conversou com sua avó.

Assista:

“Sempre carrego comigo a crença de que se você quer homenagear alguém, faça isso enquanto ainda estão vivos, porque depois pode se tornar parte da história, mas não alcança a pessoa. E é claro, poder fazer isso pela minha avó, enquanto ela ainda está viva, foi uma experiência emocionante!” expressou Relderson.

O quarto do hospital foi tomado pela alegria. Relderson compartilhou que a ideia surgiu espontaneamente. “Ela me contou o quanto estava triste por estar hospitalizada e não poder assistir à nossa apresentação. Foi quando pensei em levar o grupo até ela, então abordei a equipe de Serviço Social do Hospital e eles abraçaram totalmente a ideia. Acabou sendo ainda melhor do que o esperado,” explicou o fundador.

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Foto: Divulgação

Ele mencionou que presenciar a felicidade e o entusiasmo de sua avó não teve preço. “Assim que ela viu o grupo, já começou a perguntar por mim. Eu pedi aos rapazes que dissessem a ela que eu não poderia comparecer, mas que tinha enviado o grupo, e foi assim que a surpreendi,” relatou Relderson.

A apresentação não foi exclusiva para ela. O grupo também compartilhou sua arte em áreas compartilhadas com outros pacientes do hospital.

“Depois, os médicos vieram falar comigo e disseram que ela estava debilitada, incapaz até mesmo de levantar da cama, mas que depois da apresentação, ela melhorou. Então, quando você traz tanta alegria, realmente muda as coisas, porque mostra o quanto aquela pessoa é importante,” comentou.

A intenção é tornar isso uma ocorrência frequente. Thiago Wilkerson Lopes da Silva, noivo e coreógrafo da junina Malacabados, revelou os planos de levar a apresentação da junina para hospitais e casas de apoio uma vez por ano.

“Era um projeto que tínhamos que ainda não tinha saído do papel, mas a partir de agora vamos fazer com frequência em todos os anos”, destaca.

O sentimento de gratidão é o que toma conta de Relderson. “Saber que a gente conseguiu ajudar de alguma forma, não só ela, mas todos os pacientes, não tem preço. Mas é isso que a nossa arte faz”, destaca.

Relderson finaliza com um trecho de mensagem que usa na própria junina:

Agradeço pela vida
Agradeço pelo pão
Pelo ar que eu respiro
E por ter educação
Agradeço até defeito
Me entendo, me aceito e gosto de ressaltar
A vida não é só confete
Pois é nos erros que se comete
Que se aprende a melhorar