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Uma clínica de reabilitação para dependentes químicos foi alvo de uma operação da Polícia Civil nesta quarta-feira (7) devido à suspeita de manter cerca de 70 pessoas em cárcere privado. Um casal responsável pela administração da instituição, localizada na zona rural de Palmas, acabou sendo preso em flagrante, e os internos foram libertados.
A polícia realizou mandados de busca e apreensão e informou que a clínica também atendia pessoas com deficiência intelectual, porém não possuía a documentação necessária para operar legalmente. Os nomes dos administradores do estabelecimento não foram divulgados.
As denúncias apontam que os residentes eram submetidos a maus-tratos, e a estrutura da clínica possuía uma ligação clandestina de energia elétrica, além de condições precárias para atender os pacientes. As áreas destinadas a atendimentos psicológicos e áreas comuns apresentavam grades nas portas e janelas, o que chamou a atenção dos investigadores.
O delegado Gregory Almeida, responsável pela operação policial, explicou que os 70 internos foram liberados com o apoio das Secretarias de Estado da Saúde (SES) e de Assistência Social do Estado e do Município.
A pasta informou que participou da operação policial como órgão fiscalizador e assistencial, auxiliando na identificação dos pacientes e na realocação de quatro internos cujas famílias não foram localizadas. Eles serão encaminhados para a Residência Terapêutica em Araguaína.
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A Justiça converteu a prisão do casal responsável pela clínica em preventiva na quarta-feira (7). Eles foram encaminhados para as Unidades Penais Masculina e Feminina da capital e estão à disposição da Justiça.
Denúncia foi feita por interno que conseguiu fugir
A denúncia que deu origem às investigações sobre a clínica de reabilitação partiu de um interno que conseguiu fugir e prestou queixa na central de atendimento da Polícia Civil em Palmas, em dezembro passado. Ele relatou ter sido torturado com descargas elétricas nos pés.
O ex-interno prestou depoimento acompanhado de familiares. Ele ingressou na clínica no início de novembro de 2023 e fugiu do estabelecimento no final do mesmo mês. Conforme o delegado Gregory Almeida, a vítima denunciou o crime de tortura.
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Internos eram colocados em buracos como punição
Durante a operação de resgate dos internos da clínica, foi descoberto que alguns eram colocados em um local denominado “buraco da punição”. A denúncia foi feita pela prima de um dos homens resgatados e por um ex-interno. A polícia afirma que o buraco também funcionava como forma de punição.
“Se desobedecessem aquele comando eles eram punidos cavando buracos na clínica ou com outros tipos de limpeza. Caso se recusassem a essa punição eles eram medicados e ficavam de um a dois dias sedados”, explicou o delegado Gregory Almeida.