Empresários e advogados estão entre os alvos de operação que investiga financiamento de atos golpistas no Tocantins

PF cumpriu dez mandados de busca e apreensão contra investigados em Palmas, Alvorada, Guaraí e Paraíso do Tocantins.

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Na mira dos suspeitos de financiar o fechamento de rodovias no Tocantins em 2022, a operação Passe Livre, cumpriu mandados contra empresários e advogados em Palmas e outras cidades do Tocantins. A ação foi deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (23). A ação investiga a articulação dos atos antidemocráticos que questionavam os resultados das eleições presidenciais em 2022.

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Os policiais federais cumpriram ao todo dez mandados de busca e apreensão contra investigados, que são de Palmas, Alvorada, Guaraí e Paraíso. Confira os nomes:

Palmas

  • Bruno Figur
  • Lincoln Lima Garcia Bernardo (Lincoln Bonanza)
  • Giovani Souza Lucaroni
  • Nelcivan Costa Feitosa (Pastor Nelcivan, cabo reformado da PM e digital influencer)
  • Thiago Marasca Moura

Alvorada

  • Os advogados Antonio Deuzimar Siriano de Souza e Juares Miranda Pimentel

Guaraí

  • Valdimárcio Guimarães Pereira

Paraíso

  • Andrey Macedo Da Silva e Adriano Andrade Titoto

Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas. De acordo com a investigação da PF, um dos investigados teria usado o próprio PIX para arrecadar valores usados nas despesas de alimentação e demais gastos dos atos antidemocráticos.

O objetivo da operação é apurar o nível de participação de alguns dos investigados, que pode ser tanto no quesito financiamento do movimento, como também de apoio logístico.

Entre os bloqueios investigados estão os que foram realizados na BR-153 nas proximidades de Paraíso, Guaraí, Alvorada, Gurupi, Araguaína e Darcinópolis, além do fechamento da ponte da Integração e da Amizade entre Palmas e Luzimangues.

“Foi identificado que pessoas repassavam pix par arrecadar valores para custear esse movimento. Outros foi o apoio logístico, colocando os maquinários em rodovias, que ocasionasse os bloqueios”, explicou o delegado federal Marcelo Dutra.

Pela suspeita de envolvimento em atos golpistas, os citados foram intimados a dar explicações. Segundo a juíza federal Celia Regina Bernardes, eles estão atrelados às manifestações antidemocráticas, marcadas por pedidos de intervenção militar, para impedir a posse do candidato eleito ao cargo de presidente da República. Isso pode caracterizar um atentado contra o estado democrático e contra o resultado das eleições.

Ainda, segundo a juíza do caso, o direito de reunião não pode ser usado como escudo para a prática de atos ilegais, como impedir o direito a locomoção.

O que dizem os citados

Apenas a defesa de Adriano Titoto se manifestou até o momento e informou que o citado “prestou os esclarecimentos necessários, e foi verificado de pronto pelas autoridades que o mesmo não possui nenhum envolvimento com os atos antidemocráticos ou os fatos objetos do processo”.

Pelas redes sociais, o pastor Nelcivan postou um vídeo confirmando que teve o celular apreendido e que prestou depoimento na sede da PF em Palmas.

Fechamento de rodovias

Os bloqueios feitos grupos contrários ao resultado das eleições começaram na madrugada de 31 de outubro, depois de confirmada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições. Em todo o Tocantins foram mais de 20 trechos fechados ao longo de quase quatro dias.

Na época, a Polícia Rodoviária Federal informou que multou 68 manifestantes nas rodovias federais que passam pelo Tocantins. A PM não divulgou nenhum número de multas aplicadas em bloqueios nas estradas estaduais.

G1