Desmatamento no Brasil cai 11,6% em 2023, aponta MapBiomas

De janeiro a dezembro de 2023, foram derrubados 1.829.597 hectares de vegetação nativa no país. Em 2022, taxa estava acima dos 2 milhões de hectares. Amazônia e Cerrado representaram mais de 85% da área desmatada.

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Em 2023, o Brasil perdeu 1.829.597 hectares de vegetação nativa, de acordo com o Relatório Anual de Desmatamento (RAD 2023) do MapBiomas, divulgado nesta terça-feira (28). Em comparação com 2022, quando 2.069.695 hectares foram desmatados, houve uma redução de 11,6% na taxa de desmatamento (veja no gráfico abaixo).

Os biomas Amazônia e Cerrado, os dois mais extensos do Brasil, foram responsáveis por mais de 85% da área total desmatada no país. Pela primeira vez desde o início da série histórica do MapBiomas Alerta, em 2019, o Cerrado ultrapassou a Amazônia em área desmatada.

Em 2023, o Cerrado representou 61% do desmatamento no Brasil, enquanto a Amazônia respondeu por 25%. No Cerrado, 1.110.326 hectares foram desmatados em 2023, um aumento de 68% em relação a 2022. A expansão agropecuária foi identificada como o principal motor do desmatamento, representando 97% do total.

Embora a redução geral do desmatamento seja positiva, o MapBiomas alerta que a destruição está se concentrando na região da Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Os dados indicam que esta é a primeira queda no desmatamento no Brasil desde 2019, quando o RAD começou a ser publicado. No entanto, a face do desmatamento está mudando, se concentrando nos biomas de formações savânicas e campestres, enquanto diminui nas formações florestais.

Cerrado e Amazônia

A liderança do Cerrado no desmatamento se refletiu em vários indicadores. Este bioma abrigou o maior alerta de desmatamento do país, com 6.691 hectares em Alto Parnaíba (MA). O alerta com a maior velocidade média diária de desmatamento, 944 hectares em 8 dias, também foi registrado no Cerrado, em Baixa Grande do Ribeiro (PI).

O território indígena mais desmatado está no Cerrado: Porquinhos dos Canela-Apãnjekra, com 2.750 hectares desmatados. O desmatamento em territórios indígenas no Cerrado aumentou 188% em relação a 2022. Territórios quilombolas e Unidades de Conservação no Cerrado também sofreram mais, com aumentos de 665% no desmatamento de territórios quilombolas e a APA do Rio Preto sendo a mais desmatada, com 13.596 hectares. São Desidério (BA) foi o município mais desmatado do país, com 40.052 hectares desmatados, e 70% dos municípios do Cerrado registraram desmatamento.

Por outro lado, na Amazônia, o desmatamento caiu 62,2%, totalizando 454,3 mil hectares em 2023. Houve redução em todos os estados, exceto no Amapá, que teve um aumento de 27%. A região de Amacro, que inclui Amazonas, Acre e Rondônia, teve uma queda de 74%. Dos 559 municípios da Amazônia, 78% registraram desmatamento, mas todos os 10 mais desmatados apresentaram redução.