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A Polícia Federal concordou em estabelecer um acordo de delação premiada com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O caso será comunicado ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), que deverão homologar e elaborar os termos, de acordo com fontes relacionadas ao caso.
Mauro Cid forneceu informações substanciais e apresentou evidências que, na análise dos investigadores, sustentam as declarações feitas durante duas semanas de depoimento. Recentemente, os investigadores dedicaram tempo para avaliar as declarações do militar, os elementos apresentados e possíveis novas linhas de investigação relacionadas à venda de joias sauditas no exterior.
Uma das descobertas recentes diz respeito à suspeita de negociações envolvendo imóveis da família Bolsonaro nos Estados Unidos, ocorridas entre o ano passado e o início deste ano. As investigações em andamento no Brasil indicam que parte das pedras preciosas sauditas doadas ao governo brasileiro estava envolvida em uma operação destinada a contornar as autoridades fiscais, visando incorporá-las ao patrimônio pessoal de Bolsonaro e outros indivíduos envolvidos.
Joias apreendidas
Os itens preciosos, doados pelo governo da Arábia Saudita, foram apreendidos no Aeroporto de Guarulhos. Além disso, a investigação abrange outros itens de alto valor que deveriam fazer parte do acervo do Palácio do Planalto. Segundo a legislação, esses presentes deveriam ser incorporados ao acervo da União, uma vez que foram entregues durante compromissos internacionais e são considerados propriedade da República, não de uso pessoal.
Um dos itens em questão é um relógio Rolex de alta categoria, que foi vendido nos Estados Unidos durante uma viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF identificou que o relógio foi adquirido posteriormente, quando os acusados temeram que o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenasse a devolução dos presentes para que fossem guardados pela União.
Um recibo que confirma a negociação de compra e venda foi encontrado, corroborando com as evidências que indicam a existência desse esquema. Mauro Cid é um dos suspeitos envolvidos no caso e atualmente está detido. Através do acordo de delação, ele poderá obter benefícios legais, como a redução da pena e a possibilidade de cumprir a pena por meio de prestação de serviços comunitários, pagamento de multa, entre outras medidas. Até o momento, a defesa de Mauro Cid não emitiu comentários sobre o acordo de delação.
Cid foi ao STF confirmar delação
Mauro Cid teria comparecido voluntariamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde de quarta-feira (6) para confirmar sua intenção de colaborar com uma delação premiada. O juiz Marco Antônio conduziu uma audiência com o ex-ajudante de ordem e seu advogado para verificar se Cid realmente deseja prosseguir com a delação junto à Polícia Federal (PF). Agora, a decisão de homologar ou não a delação será analisada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.