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Equipes da Polícia Ambiental e da Fundação Nacional do Indío (Funai) encontraram áreas desmatadas em pontos invadidos por madeireiros dentro da maior ilha cercada por água de rios no planeta: a ilha do Bananal, no oeste do Tocantins. No meio da ilha é possível ver árvores centenárias que foram derrubadas.
A mata é fechada o acesso é difícil, mas isso não tem dificultado a ação de criminosos. “São profissionais né, na derrubada de árvores. São muito rápidos né, eles já vem, já derruba e já faz o transporte né”, explica o representante da Funai, Reinaldo Amaral Neres.
As árvores nobres são as mais procuradas pelos madeireiros, por serem as que tem grande volume e maior rendimento. Até um jatobá de mais de cem anos de idade foi derrubado pelos criminosos. Segundo os fiscais, há sinais de que a derrubada foi recente.
“Isso é um completo absurdo. Porque, além de todo o processo de roubo de madeira de uma área que é protegida, é uma terra indígena, isso não pode acontecer. Então os meios, o governo tem que empenhar os melhores esforços pra fazer essa prática desaparecer o mais rápido possível. Porque não é só uma questão de roubo de madeira, é o roubo de madeira de uma área com agravante de ser uma terra indígena”, diz o diretor executivo da ONG Amigos da Terra, Mauro Armelin.
A área da ilha, de vinte mil quilômetros quadrados, preserva uma natureza intocada, e é onde fica uma das maiores populações indígenas do Tocantins. “Tá entrando dentro do nosso território, da nossa casa né. A gente não pode falar nada, a gente não pode nem se quer pedir pra se retirar porque ainda pode ter violência contra a gente”, conta a indígena Arielly Karajá, que é cacique de uma das aldeias.
A ilha do Bananal também faz parte do Parque Nacional do Araguaia, e para os ambientalistas tem uma relevância nacional e precisa ser preservado. Como explica a secretária executiva do Observatório do Código Florestal.
Não só em relação a biodiversidade, que é extremamente relevante, mas em relação a demonstração de que há um interesse nacional em se preservar áreas ambientalmente relevantes. Então a gente tem a necessidade de demonstrar que essas unidades de conservação vão permanecer como unidades de conservação. Preservando a biodiversidade para as presentes e futuras gerações.”