Após comprar detector de metais, lavrador sai para caçar ouro e encontra ‘tesouro’ do Brasil colonial

Descoberta aconteceu no Tocantins, logo no primeiro dia após o lavrador comprar detector de metais.

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O trabalhador rural Valdomiro Costa cresceu ouvindo relatos sobre a corrida do ouro no Tocantins, alimentando o sonho de encontrar esse precioso metal para mudar sua vida. Em um dia determinado, ele reuniu recursos e adquiriu um detector de metais usado e iniciou a sua ‘caça’ em Conceição do Tocantins, na região sudeste do estdo. A surpresa surgiu já no primeiro dia de uso do equipamento em um terreno próximo à sua residência.

Quando o detector soou, revelando um sinal promissor, Valdomiro, que reside em Nerópolis, na Região Metropolitana de Goiânia, descobriu um pote de barro.

“Eu pensei, isso aí é ouro. Tem o ouro que eu tava [sic] caçando né?”, expressou o lavrador. Ansioso, ao abrir o objeto, encontrou mais de 200 moedas antigas. A princípio, desapontado por não reconhecer o valor do achado, ele não imaginava a importância histórica do que estava diante de si.

Após comprar detector de metais, lavrador sai para caçar ouro e encontra 'tesouro' do Brasil colonial
Foto: TV Anhanguera

Valdomiro, inicialmente, não deu a devida importância às moedas. “Eu nem via ‘ligança’ [importância]. A ‘ligança’ minha era de arrumar ouro. Falei ‘ah, não vale nada não. Amanhã cedo eu vou é caçar ouro'”, relembrou. No entanto, seu filho, Raelson Costa, percebendo o potencial histórico, buscou auxílio com a professora Janildes para entender melhor o achado.

Empolgada com a descoberta, a professora Janildes comentou: “Quando eu vi a datação aqui: 1816. Eu falei ‘nossa, isso aqui é um tesouro’. Eu sei que isso aqui tem um valor histórico imenso, porque foi do período colonial e do período imperial”. As pesquisas revelaram que 206 moedas são de bronze, enquanto a mais significativa, de 960 réis, é de prata, conhecida como ‘patacão’.

Considerando o período colonial, a região que hoje é o Tocantins foi palco do ciclo do ouro após a passagem de bandeirantes pela área. A cidade de Conceição do Tocantins, uma vila em um garimpo, foi fundada na metade do século XVIII. Devido à escassez de registros históricos da época, o mistério em torno das moedas aumenta, e não é possível determinar quem as enterrou ou quando.

Caçador de ouro no cerrado.
Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Por questões de segurança, as moedas foram transferidas para o cofre de um banco em outra cidade enquanto Valdomiro decide o que fazer com elas. O lavrador expressa o desejo de ajudar sua família, proporcionando oportunidades de estudo aos filhos, e se houver um montante significativo, destinará aos seus descendentes.

No entanto, uma equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) avalia o local do achado, e caso seja comprovado seu valor arqueológico, as moedas se tornarão bens da União, impossibilitando sua comercialização sem autorização do Iphan.

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*Com informações do G1