A Polícia Civil mantém presos uma mulher e o marido, suspeitos de terem planejado a morte do pai dela, um fazendeiro, com o objetivo de herdar uma fortuna avaliada em aproximadamente R$ 3 milhões. O crime, investigado há oito meses, foi encomendado por R$ 20 mil, segundo a polícia. A vítima foi morta em uma emboscada, e os suspeitos foram ameaçados pelo executor por não cumprirem o pagamento combinado.
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O assassinato ocorreu em 1º de abril, na zona rural de Campinorte, no sul de Goiás. O fazendeiro foi emboscado enquanto pilotava uma moto em uma estrada vicinal. Ele foi abordado por três homens e atingido por dois disparos.
Conforme a investigação, a filha e o genro da vítima contrataram um executor para realizar o crime. O assassino, por sua vez, envolveu outros dois comparsas para ajudá-lo. O acordo inicial era um pagamento de R$ 20 mil pelo assassinato, mas, após o crime, o casal não realizou o pagamento.
Ameaças e Denúncia
O executor ameaçou expor o casal à polícia caso não recebesse o valor combinado. Em mensagens divulgadas pela Polícia Civil, o criminoso sugeriu parcelar a dívida:
“Você manda R$ 6 mil essa semana, eu mando buscar R$ 7 mil no próximo mês e R$ 7 mil no outro mês.”
O genro chegou a concordar com a proposta, mas depois pediu ao executor para esperar:
“Não tá indo um processo ainda. Quando acabar o processo, a gente resolve.”
Frustrado, o executor denunciou o caso à polícia anonimamente, utilizando um número falso para enviar fotos, vídeos e prints das conversas com o casal.
A Herança
A herança do fazendeiro incluía 20 alqueires de terra, 110 cabeças de gado, quatro imóveis em Campinorte e uma quantia em dinheiro no banco. A filha da vítima era a única herdeira.
Três meses após o crime, a mulher tentou movimentar o dinheiro da conta bancária do pai e começou a vender cabeças de gado, o que levantou suspeitas. Além disso, ela tentou negociar imóveis e adquiriu um novo veículo, enquanto o genro comprou um smartphone de alto valor.
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De acordo com o delegado Peterson Amin, o casal não tinha dívidas e cometeu o crime motivado exclusivamente pelo desejo de obter a herança:
“Eles não tinham necessidade financeira. Foi puramente pela ambição.”
Prisões e Investigações
O casal foi preso no dia 20 de dezembro e segue detido. A filha afirmou que o marido foi o único responsável pelo crime, mas a polícia acredita que ela também teve participação direta. O homem, por sua vez, permaneceu em silêncio durante o depoimento.
O executor e seus dois comparsas estão foragidos. As investigações continuam para localizar os envolvidos e esclarecer todos os detalhes do crime.
A defesa do casal ainda não se manifestou oficialmente, e a Defensoria Pública informou que atuou apenas na audiência de custódia. Caso os acusados não constituam advogados, a Justiça nomeará defensores para representá-los.