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O governo federal autorizou o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros caso as estradas não sejam liberadas pelo movimento. O anúncio foi feito há pouco pelo presidente Michel Temer, em pronunciamento no Palácio do Planalto. A decisão foi tomada após reunião no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que contou com a participação de ministros e do presidente.
“Quero anunciar um plano de segurança imediato para acionar as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e estou solicitando aos governadores que façam o mesmo. Não vamos permitir que a população fique sem os gêneros de primeira necessidade, que os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas e crianças fiquem sem escolas. Quem bloqueia estradas de maneira radical será responsabilizado. O governo tem, como tem sempre, a coragem de dialogar; agora terá coragem de usar sua autoridade em defesa do povo brasileiro.”
Já o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse nessa sexta-feira (25) não acreditar que os milhares de profissionais que desde a última segunda-feira (21) interditam parcialmente as estradas de quase todo o país voltem à normalidade nos próximos dois dias.
“Este final de semana vai ser para montarmos as estratégias que adotaremos a partir de segunda-feira. Na minha visão, não vamos encerrar o movimento tão cedo”, declarou José Fonseca. A declaração de dele foi dada antes do pronunciamento do presidente Michel Temer, que anunciou há pouco que acionou as forças de segurança para desbloquear as estradas e garantir “a livre circulação e o abastecimento”.
“A barra está pesada. A revolta [dos caminhoneiros] está grande e ninguém está querendo sair [da paralisação]. De hoje para segunda-feira eu vou tentar uma manifestação para resolver [o impasse], mas, para isso, eu vou ter que ter uma conversinha com o governo federal”, acrescentou o sindicalista.
Nesta quinta-feira (24), os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Eduardo Guardia (Fazenda) e Carlos Marun (Secretaria de Governo) anunciaram acordo para suspensão dos protestos da categoria por 15 dias. Depois disso, as partes voltarão a se reunir.
Nessa sexta-feira (25), no entanto, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que ainda não registra desmobilização de pontos de manifestação de caminhoneiros nas rodovias do país.
José Fonseca deixou uma reunião no Palácio do Planalto enquanto ela estava em andamento. No encontro, nove das 11 entidades representativas do setor de transporte assinaram um acordo com o governo federal para tentar pôr fim à paralisação. Em troca do compromisso da Petrobras manter pelos próximos 30 dias o preço reduzido do óleo diesel nas refinarias e do governo estudar formas de baratear o preço dos combustíveis, as lideranças sindicais que assinaram o acordo prometeram suspender o movimento por 15 dias. A proposta foi recusada pela União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e pela Abcam, que representa cerca de 700 mil trabalhadores.
“Eu fui lá defender um único item que, a meu ver, é o principal: o fim da cobrança da alíquota do PIS/Cofins e da Cide sobre o óleo diesel”, pontuou o presidente da Abcam, classificando outros pontos da pauta de negociação, como a suspensão da cobrança do pedágio sobre o eixo suspenso, como uma “esmola para caminhoneiros”.
Centrais criticam uso de forças de segurança
As principais centrais sindicais do país divulgaram nota hoje (25) em que criticam decisão do governo federal de autorizar o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros caso as estradas não sejam liberadas pelo movimento.
Para as centrais, a medida “é querer apagar fogo com gasolina, ou seja: só vai acirrar o conflito e dificultar uma solução equilibrada”, diz a nota assinada pelos presidentes da CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB. Na nota, as entidades dizem que estão à disposição “como mediadoras na busca de um acordo que solucione o caos social para o qual o país caminha”.
(Com informações da Agência Brasil)