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Na tarde desta terça-feira (27), foi preso o soldado da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA), Adonias Sadda, suspeito de assassinar a tiro o médico Bruno Calaça Barbosa, de 24 anos, em Imperatriz, no Maranhão. A informação foi confirmada pelo secretário estadual de Segurança Pública, Jefferson Portela.
O soldado da PM estava foragido desde a madrugada de segunda-feira (26), dia do crime, e foi preso em cumprimento de mandado de prisão temporária, numa residência em Imperatriz. De acordo com Jefferson Portela, o soldado foi encontrado na casa de seu advogado, no bairro Bacuri; Ele não reagiu a prisão.
Em seu depoimento, Adonias alegou que o disparo foi acidental; O delegado responsável pelo caso, Praxísteles Martins informou que polícia investida o envolvimento de dois amigos do soldado no crime.
“Nós fizemos o que o sistema de segurança faz. As cidades próximas a Imperatriz foram monitoradas, e a própria Imperatriz também e, conseguimos realizar um trabalho integrado dos órgãos de segurança para a captura do soldado”, disse Portela, em entrevista a rádio Mirante AM.
Segundo o secretário, as investigações agora vão tentar apurar a motivação do crime e, se o soldado contou com ajuda para fugir do local e se esconder. Além disso, também serão investigadas as circunstâncias da realização da festa que, segundo o secretário, era considerada ilegal.
“Vamos agora pontar as circunstâncias dos fatos, até o ato final com o disparo contra a vítima. Depois, a fuga do local dos fatos (…) e também, porque essa festa acontecia fora do horário permitido. Porque essa festa é considerada por nós ilegal, descumprindo as regras de horário e outras regras sanitárias”, disse o secretário.
O secretário afirmou que novas testemunhas do caso, que estavam na festa, serão ouvidas pela Polícia Civil. Após a prisão, Adonias Sadda foi conduzido para a Delegacia Regional do município, para prestar esclarecimentos sobre o caso.
Portela afirmou que ainda na noite desta terça-feira será realizada uma reunião para definir se o soldado vai permanecer preso em Imperatriz ou será transferido para São Luís.
Vídeo mostra médico sendo baleado
Um vídeo captado por câmeras de segurança registraram o momento em que o médico Bruno Calaça Barbosa, de 24 anos, foi baleado a queima roupa e morto na madrugada de segunda-feira (24), em Imperatriz. O principal suspeito do crime, apontado pela a Polícia Civil, é o soldado da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA), Adonias Sadda.
Nas imagens, o médico Bruno Calaça Barbosa aparece sentado em um palco conversando com algumas pessoas, quando é surpreendido pelo soldado Adonias Sadda. Em seguida, eles discutem, trocam empurrões e um disparo é efetuado.
As pessoas que estavam no local da festa, se assustam e afastam-se. De pé, Bruno Calaça ainda chega a trocar algumas palavras com o suspeito e, logo em seguida, cai no chão.
O velório de Bruno Calaça Barbosa foi realizado na manhã desta terça-feira no salão de uma funerária, em Porto Nacional. O sepultamento ocorreu às 14h no cemitério São Pedro, no mesmo município.
Recém-formado
Bruno Calaça Barbosa, de 24 anos, estava recém-formado do curso de medicina. Ele fez faculdade em uma instituição privada, localizada em Porto Nacional, na região central do Tocantins. Nas redes sociais, os irmãos de Bruno, que também fazem faculdade de medicina no Tocantins, lamentaram a morte e contaram o quanto ele estava feliz com a formatura, há cerca de 10 dias.
“Você estava tão feliz com a sua formatura, quem te via, sentia sua felicidade, transbordar”, escreveu Caio Calaça, em postagem no Instagram.
A Associação dos Estudantes de Medicina do Tocantins emitiu nota de pesar sobre a morte e destacou as qualidades do estudante recém-formado.
“Bruno era incrivelmente inteligente, era amigo de tantos, era irmão e filho. Um rapaz carinhoso que nunca brigava. Estava sentado antes de ser atingido no peito, por um disparo efetuado por um profissional militar que, aparentemente, não estava em serviço oficial. […] Estava comemorando a sua formatura, empolgado com o futuro que tinha pela frente”.
O Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC), onde Bruno estudou também lamentou a morte. “Neste momento, nos unimos em oração à sua família e amigos para que essa perda possa ser compreendida com a esperança do conforto de Deus”.
Familiares e amigos cobram por justiça
Amigos e familiares do médico Bruno Calaça fizeram uma campanha no twitter para cobrar por Justiça. O movimento ganhou adesão de vários internautas e a #justiçaporbrunocalaça chegou a ficar entre os assuntos mais comentados do microblog nesta terça-feira.
“Eu não conhecia o rapaz que foi assassinado, mas juro que doeu meu coração! Um futuro inteiro pela frente,uma carreira a construir, tanta vida pra viver! Mas o dom da vida lhe foi roubado, de forma agressiva e por uma banalidade. #justicaporbrunocalaça”, escreveu uma seguidora.
“Revoltante demais, quanta brutalidade, quanta covardia, que Deus dê forças e sustente a mãe do Bruno e toda sua família, muito triste tudo isso! #JUSTIÇAPORBRUNOCALAÇA”, postou internauta que se apresenta como advogada.