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A deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP), que teve seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá por usar dinheiro da campanha de 2022 para pagar uma harmonização facial, anunciou nesta quinta-feira (20) que irá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A acusação aponta que Silvia Waiãpi, conhecida por interpretar a índia Crocoká na novela “Uga Uga” nos anos 2000, utilizou R$ 9 mil dos recursos de sua campanha eleitoral para custear o procedimento estético. Os desembargadores do TRE-AP rejeitaram por unanimidade a prestação de contas da parlamentar.
A assessoria de Silvia Waiãpi afirmou que as contas da deputada já haviam sido julgadas e aprovadas pelo TRE-AP. Em nota, a assessoria informou que nem a deputada nem seus advogados foram notificados sobre o julgamento.
Carreira na TV e no esporte
Antes de ingressar na política, Silvia Waiãpi trabalhou na TV e em minisséries entre 2000 e 2017. Ela ganhou notoriedade pelo papel da índia Crocoká na novela “Uga Uga” (2000), onde contracenou com Claudio Heinrich e Marcos Pasquim. Silvia também atuou em minisséries como “A Muralha” (2000), “A Cura” (2010) e “Dois Irmãos” (2017).
Silvia foi atleta do Clube Vasco da Gama no Rio de Janeiro e, em 2011, tornou-se a primeira indígena a integrar o Exército. De 2018 a 2022, atuou como secretária de Saúde Indígena no governo federal. Em 2023, seu nome foi incluído no inquérito que investiga atos golpistas no Distrito Federal.
Detalhes da denúncia
Segundo o Ministério Público Eleitoral, o procedimento estético foi realizado em várias sessões em um consultório odontológico em Macapá, começando no dia 29 de agosto de 2022, quando Silvia recebeu recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).
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Maete Mastop, coordenadora de campanha de Silvia, registrou a denúncia no MP Eleitoral. Os depoimentos indicam que Silvia transferiu dinheiro da conta de campanha para a conta pessoal da coordenadora, que, por ordem da candidata, pagou R$ 9 mil pela harmonização facial.
O advogado de Maete informou que ela foi induzida ao erro e buscará mudar sua condição de acusada para testemunha. A defesa destacou que, ao perceber o ato ilícito, Maete procurou o MP.
Além da coordenadora, o profissional que realizou o procedimento estético também prestou depoimento. A representação do MP Eleitoral inclui comprovantes de transferências bancárias e pagamentos feitos na clínica.