Servidor ganha R$ 15 mil após chefe dizer que ele não podia ir a eventos com gente de “classe alta” por não saber falar direito

Assédio aconteceu em 2013, durante uma reunião no Instituto Natureza do Tocantins. Chefe de setor teria afirmado que servidor não sabia falar com as pessoas.

Compartilhe:

 

>> Siga o canal do "Sou Mais Notícias" no WhatsApp e receba as notícias no celular.

O governo do Tocantins terá que indenizar um  servidor público de R$ 15 mil por danos morais após ele ser assediado pelo chefe durante uma reunião com diversos colegas de trabalho. O caso aconteceu no Instituto Natureza do Tocantins em 2013 e foi levado à Justiça pelo sindicato dos servidores públicos. O estado ainda pode recorrer da decisão.

Conforme informações do sindicato, o servidor é efetivo e atua como assistente administrativo no Naturatins há 15 anos, atuando na área de capacitação. Porém, ele estava sendo tratado com descaso pelo superior imediato.

Durante uma reunião com a equipe, o chefe do setor teria afirmado que o servidor não faria mais viagens, porque não falar com as pessoas e não tinha conhecimento da língua portuguesa. Afirmou ainda que o assistente administrativo não tinha perfil para participar de eventos com o público de classe intelectual e financeira mais elevada.

O sindicato disse também que o servidor chegou a chorar durante a reunião e saiu da sala após dizer que o chefe tinha sido desumano e mal-educado. O servidor saiu de férias e ao retornar descobriu que tinha sido mandado para outro setor.

Três testemunhas que estavam na reunião confirmaram as agressões verbais. O juiz Roniclay Alves de Morais, da 1ª Vara da Fazenda e Registros Públicos de Palmas entendeu que o caso ficou caracterizado como assédio moral.

“Comprovou-se que o servidor foi exposto à prática de atos que o expuseram em posição hierarquicamente inferior e em situação humilhante o que, por consequência, ocasionou transtornos psicológicos e lhe gerou prejuízo de ordem moral”, diz trecho da sentença.

Por meio de nota, o governo do Tocantins informou que a ação é referente a um caso registrado no ano de 2013. “Isto é, não é pertinente ao governo atual e sim a gestões anteriores. Vale ressaltar que a atual gestão preza pelo bom relacionamento com todos os servidores, pautado no profissionalismo, na ética e no respeito”, diz a nota.