Após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), tanques transportando ácido sulfúrico e defensivos agrícolas caíram no Rio Tocantins. Eles podem permanecer submersos por um período de 15 a 30 dias, conforme informado durante uma reunião de crise realizada nesta quinta-feira (26). Apesar do risco de vazamento, monitoramentos diários indicam que, até o momento, não há contaminação relevante na água.
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A reunião contou com representantes de órgãos como IBAMA, Agência Nacional de Águas (ANA), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e outros. Segundo Alan Vaz Lopes, superintendente adjunto da ANA, o risco de vazamento é pequeno, mas exige atenção. “Se houver algum indício de vazamento, o abastecimento de água deve ser interrompido imediatamente”, afirmou.
Impactos ambientais
De acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Maranhão (Sema), os tanques estão intactos, o que minimiza o risco de vazamento. Caco Graça, supervisor de Emergência Ambiental da pasta, explicou que, mesmo em caso de vazamento, o impacto ambiental seria limitado devido à diluição dos produtos químicos no rio. Contudo, é recomendável que a população evite contato com o local.
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A Marinha do Brasil confirmou que a carga dos caminhões – 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas – permanece intacta. A retirada dos tanques, entretanto, só ocorrerá após a conclusão das buscas pelas vítimas desaparecidas, prioridade no momento. Empresas responsáveis pelos tanques já foram notificadas e devem apresentar um plano para a operação de resgate.
Monitoramento contínuo
O monitoramento do pH da água é a principal medida para identificar possíveis vazamentos. Segundo parecer técnico da ANA, emitido na terça-feira (24), a água do Rio Tocantins segue livre de contaminação. Após essa confirmação, o abastecimento de água em Imperatriz (MA) foi retomado.
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Caco Graça reforçou que a população deve comunicar às autoridades caso identifique embalagens ou materiais suspeitos ao longo do rio. A manipulação desses itens deve ser feita por equipes especializadas para evitar riscos de contaminação.
O desabamento da ponte
A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, construída em 1960 e parte do corredor rodoviário Belém-Brasília, desabou no último domingo (22), causando a queda de oito veículos no Rio Tocantins. Até o momento, oito mortes foram confirmadas e nove pessoas permanecem desaparecidas.
![ponte toma3](https://soumaisnoticias.com/wp-content/uploads/2024/12/ponte-toma3-1024x588.jpg)
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o desabamento ocorreu devido ao colapso do vão central da estrutura. A causa do acidente segue em investigação.
Resgate e vítimas
O Corpo de Bombeiros e a Marinha do Brasil continuam as buscas pelos desaparecidos. Até agora, oito corpos foram recuperados, entre eles:
- Lorranny Sidrone de Jesus, 11 anos.
- Kecio Francisco Santos Lopes, 42 anos, motorista de um caminhão com defensivos agrícolas.
- Andreia Maria de Souza, 45 anos, motorista de um caminhão com ácido sulfúrico.
- Lorena Ribeiro Rodrigues, 25 anos, moradora de Aguiarnópolis (TO).
- Anisio Padilha Soares, 43 anos, e Silvana dos Santos Rocha Soares, 53 anos.
![buscas ponte queda](https://soumaisnoticias.com/wp-content/uploads/2024/12/buscas-ponte-queda-1024x588.jpg)
A operação de resgate e monitoramento continua com o suporte de órgãos federais e estaduais. A retirada dos tanques e a estabilização ambiental dependem das condições de segurança para as equipes envolvidas e das conclusões sobre as buscas em andamento.