Representantes krahô se emocionam e celebram exibição de filme sobre historia da etnia em Cannes

Entre alegria, lágrimas e maracas, eles celebraram resistência de seu território e hábitos de vida no cerrado tocatinense.

Compartilhe:

Belo momento de emoção chamou a atenção no festival de Cannes na França. Trata-se da celebração de dois representantes do povo Krahô após a exibição da produção luso-brasileira A Flor de Buriti. Em uma publicação no twitter, o editor fracês Yoann Sardet do AlloCiné descreveu o momento como uma “celebração entre alegria, lágrimas e maracas de sua resistência e a defesa de seu território e seu modo de vida em Cerrado”.

O filme A Flor de Buriti é produzido pelo cineasta português João Salaviza e pela diretora brasileira Renée Nader Messora. A dupla ganhou o prêmio do Júri com Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, na mostra Un Certain Regard em 2018. Repetindo a parceria vencedora, o casal voltam a debruçar-se sobre a temática da cultura indígena na Un Certain Regard

Sobre o filme

Nesta nova aventura, os cineastas lusófonos mostram o povo Krahô e sua perseverança diante de intermináveis conflitos por meio de seus ritos ancestrais, o amor à natureza e à liberdade. Desse modo, os Krahô inventam constantemente novas formas de resistência frente às dificuldades.

A Flor do Buriti” foi em quatro aldeias Krahô

Dos mais de 200 anos de contato com o homem branco, os últimos 80 foram os mais intensos para os Krahô, povo indígena que vive no norte do estado do Tocantins. É justamente esse período que é abordado pelo filme A Flor do Buriti, dirigido pela brasileira René Nader Messora e pelo português João Salaviza.

A obra faz sua estreia mundial no Festival de Cannes, evento que ocorre de 16 a 27 de maio. Os diretores esperam repetir o sucesso de 2018, quando Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos, também rodado em aldeias dos Krahô, faturou o prêmio especial do júri em Cannes e comoveu o público ao denunciar o genocídio indígena.

Como a questão da terra é o centro do filme, a diretora espera que a repercussão internacional tenha impacto na decisão sobre o Marco Temporal — o Supremo Tribunal Federal agendou a retomada do polêmico julgamento para o dia 7 de junho.

A Flor do Buriti foi rodado ao longo de 15 meses em quatro aldeias Krahô diferentes. Por meio dos depoimentos dos indígenas, eles reconstituem as últimas oito décadas – do massacre sofrido pelo povo Krahô em 1940 às dificuldades atuais, passando pelo período da ditadura militar.