Polícia do DF investiga se Naja que picou universitário foi alvo de tráfico de animais

Segundo o Ibama, que também participa da apuração, a serpente pode ter sido trazida de forma ilegal para o Brasil, configurando o tráfico.

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Uma investigação foi aberta pela Polícia Civil do Distrito Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para apurar se acobra Naja kaouthia que picou um universitário na manhã desta quarta-feira (8) chegou ao Brasil. As informações são do Metrópoles.

Na lista das serpentes mais venenosas do mundo, a Naja era criada pelo universitário Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22 anos. Ele foi picado pela serpente e está internado em coma induzido na UTI do hospital Maria Auxiliadora, no Gama.

Os investigadores da Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e a dos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) suspeitam que a serpente tenha sido alvo de tráfico internacional de animais exóticos.

Pedro Henrique segue em coma – Foto: Reprodução

Segundo o Ibama, não existe registro, nos últimos anos da entrada legal de uma serpente desta espécie no Distrito Federal. O órgão disse que vai apurar a procedência desta cobra, que naturalmente não chegou ao DF pelas vias normais de importação.

Estudante

O universitário Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul foi picado pela cobra Naja kaouthia nessa terça-feira (7). Ele acordou do coma. Segundo informou o Correio Braziliense o rapaz não está mais intubado, e já consegue conversar.

O universitário está internado em unidade de terapia intensiva (UTI), no hospital Maria Auxiliadora, no Gama, desde o dia do ataque. Por causa do veneno, ele desenvolveu uma necrose no braço, além de lesões no coração.

O tratamento foi feito com soro antiofídico específico da espécie, e trazido ao DF diretamente do Instituto Butantan, em São Paulo. Havia uma única dose disponível. Outras 10 doses preventivas foram importadas dos Estados Unidos.

Serpente

A Naja foi localizada nesta quarta-feira pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA). A serpente foi encontrada dentro de uma caixa de plástico, próximo a um barranco, nas redondezas do shopping Píer 21, no Setor de Clubes Sul. 

Mais cedo, policiais e agentes do Ibama chegaram a ir a endereços ligados ao estudante para capturar a cobra, sem sucesso. Conforme a Polícia Militar, após muitas conversas com pessoas ligadas ao estudante Pedro Henrique, um amigo do universitário indicou o local onde o animal teria sido deixado. Assim, foi possível localizar a serpente e capturá-la.

De acordo com informações do Ibama, trata-se do primeiro caso de pessoa picada por uma cobra Naja em solo brasileiro. Isso, principalmente, pelo fato de o habitat da cobra se estender por toda a África, além do sudoeste, sul e sudeste asiáticos, bem distantes do continente brasileiro.

*Com informações do Metrópoles e do Correio Braziliense