Após a implosão da ponte JK, a demolição entra em uma nova etapa com a remoção dos escombros por meio da técnica de fragmentação mecanizada. O pilar que permaneceu em pé também será retirado utilizando esse método.
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A ponte, que ligava os estados do Tocantins e Maranhão desde a década de 1960, desabou em 22 de dezembro de 2024, resultando em mortes, feridos e desaparecidos. No momento do acidente, dez veículos, entre carros, motos, caminhonetes e carretas, estavam sobre a estrutura. Ao todo, 14 pessoas morreram e três ainda seguem desaparecidas.

Engenharia da demolição
O engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias, conhecido como “Manezinho da Implosão”, foi o responsável pelo processo e explicou que o pilar remanescente estava sendo monitorado por apresentar movimentação perigosa.
“O monitoramento com acelerômetro detectou um deslocamento preocupante no pilar. Diante disso, suspendemos as perfurações para evitar riscos adicionais”, afirmou o engenheiro.
Ele também destacou que a remoção mecanizada desse pilar já estava prevista e será realizada com o uso de máquinas pesadas.
Manezinho tem experiência em mais de 200 implosões de grandes estruturas, incluindo o Presídio do Carandiru, o Edifício Berrini e o Estádio Fonte Nova. No entanto, afirmou que esta operação teve um impacto emocional significativo devido à tragédia vivida pelas comunidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).

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Implosão e segurança
A implosão da ponte, realizada no domingo (2), faz parte do cronograma para a construção de uma nova estrutura. O trabalho está sob a responsabilidade do Consórcio Penedo – Neópolis, formado pelas empresas Construtora A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Ltda, que têm um prazo de um ano para concluir a obra.
Foram utilizados 250 kg de explosivos, estrategicamente posicionados para criar fraturas na estrutura e facilitar a queda da ponte. O acionamento ocorreu em fases, com intervalos de três segundos entre as detonações, e todo o processo levou cerca de 15 segundos.
Para garantir a segurança da população, uma área ao redor foi evacuada antes da operação. Moradores foram retirados com o apoio da Prefeitura de Aguiarnópolis e da Defesa Civil e puderam retornar cerca de 30 minutos após a implosão.
Agora, os escombros serão removidos com a ajuda de máquinas pesadas, e o solo já passou por terraplanagem para facilitar o acesso.
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Vítimas da tragédia
O desabamento da ponte JK resultou em 18 vítimas. O único sobrevivente foi Jairo Silva Rodrigues, resgatado com vida após cair no rio. Além dele, 14 corpos foram encontrados, e três pessoas seguem desaparecidas:
- Salmon Alves Santos, 65 anos
- Felipe Giuvannuci, 10 anos (neto de Salmon)
- Gessimar Ferreira da Costa, 38 anos
Vítimas já identificadas:
- Lorena Ribeiro Rodrigues, 25 anos – Natural de Estreito (MA), morava em Aguiarnópolis (TO).
- Lorranny Sidrone de Jesus, 11 anos – Estava em um caminhão que transportava portas de MDF.
- Kécio Francisco Santos Lopes, 42 anos – Motorista do caminhão de defensivos agrícolas.
- Andreia Maria de Souza, 45 anos – Dirigia um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico.
- Anisio Padilha Soares, 43 anos
- Silvana dos Santos Rocha Soares, 53 anos
- Elisangela Santos das Chagas, 50 anos – Estava com o marido, Alison Gomes Carneiro.
- Rosimarina da Silva Carvalho, 48 anos
- Alison Gomes Carneiro, 57 anos – Vereador, viajava com a esposa, Elisangela.
- Cássia de Sousa Tavares, 34 anos – Viajava com a filha Cecília, de três anos, e o marido, Jairo Silva Rodrigues (único sobrevivente).
- Cecília Tavares Rodrigues, 3 anos – Filha de Cássia e Jairo.
- Beroaldo dos Santos, 56 anos – Motorista da carreta que transportava 76 toneladas de ácido sulfúrico.
- Marçonglei Ferreira, 43 anos – Mototaxista que trabalhava na região.
- Alessandra do Socorro Ribeiro, 40 anos – Natural de Palmas (TO), identificada via exame de DNA.
A Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros seguem as buscas pelos desaparecidos, enquanto as autoridades trabalham para minimizar os impactos do colapso da ponte.
*Com informações do G1