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A Justiça determinou que o pastor Rui da Silva Abreu e um paciente diagnosticado com Covid-19 cumpram isolamento social em Lagoa da Confusão. Caso foi judicializado após o líder evangélico publicar um vídeo afirmando que o morador que testou positivo para a Covid-19 não tem a doença. As informações são do G1.
A decisão foi atendeu pedido do Ministério Público após o secretário municipal de saúde de Lagoa da Confusão, Edvaldo Almeida Lima, registrar uma denúncia. O gestor afirmou que o pastor também insistia em promover cultos com aglomerações de até 200 fieis mesmo durante a pandemia do coronavírus.
Segundo a sentença, os dois infringiram as determinações de isolamento social impostas para conter a disseminação da Covid-19. A cidade já tem 17 casos confirmados da doença.
Agora, os homens são obrigados a cumprir isolamento social. Conforme a decisão, o pastor está proibido de promover cultos ou reuniões religiosas de qualquer natureza e que causem aglomerações de pessoas até o dia 28 deste mês, data em que as atividades estão proibidas pelo decreto municipal. “O paciente deve ficar em casa e obedecer as recomendações feitas pelo médico e vigilância epidemiológica “atendendo às condições, prazos e demais observações previstas”, diz o documento.
Em caso de descumprimento, eles podem responder por crime de desobediência e pagar multa. O valor está entre R$ 2 mil e R$ 60 mil.
Para a promotora de justiça Munique Teixeira, a publicação do pastor foi prejudicial e causou confusão na cidade. “As autoridades sanitárias, os médicos, os agentes de vigilância do município ficaram extremamente chateados e desestimulados com a divulgação de uma informação inverídica”.
Segundo ela, os moradores começaram a questionar a veracidade dos testes que fazem o diagnóstico da doença. “Isso causou um transtorno muito grande. Tudo que a gente não precisa é a disseminação de informações erradas”.
O pastor Rui da Silva Abreu não quis comentar o caso.
Entenda
O secretário de saúde do município procurou o Ministério Público em Cristalândia após o pastor insistir em promover cultos com aglomerações durante a pandemia do novo coronavírus e divulgar vídeos afirmando que um paciente diagnosticado com a doença não estava infectado.
No vídeo o pastor apresenta um exame feito em laboratório particular que supostamente comprovaria que o paciente não estava infectado, mas o método utilizado no exame, segundo a Secretaria de Saúde, é o de sorologia. Este método não detecta a presença do vírus nos primeiros dias da infecção e por isso é considerado pelos infectologistas menos confiável do que o método RT-PCR, que coleta material genético da garganta e do nariz do paciente. O exame positivo foi pelo método RT-PCR, realizado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen).
O secretário também apresentou imagens postadas nas páginas oficiais da igreja que mostram as aglomerações. As imagens seriam do dia 6 de abril. Há outros vídeos em que Rui da Silva Abreu supostamente incita os moradores de Lagoa da Confusão a desrespeitarem as medidas de isolamento.
Na denúncia, o secretário de saúde destaca que a aceitação da população às medidas tem sido ampla e que outras igrejas estão contribuindo com o trabalho das equipes de saúde. O documento foi entregue para a promotora Munique Teixeira Vaz com um pedido de providências.