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Uma operação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual, com o apoio das Polícias Militar e Civil, cumpre sete mandados de prisão preventiva na manhã desta quarta-feira (12). Os alvos são servidores do Detran, empresários que atuam na área de emplacamento de veículos e despachantes, em três cidades do norte do Tocantins. A operação foi batizada de Dolos.
Conforme o Ministério Público, os investigados integram uma organização criminosa suspeita de emitir documentos aparentemente legais para carros roubados e furtados. Estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão em Araguaína, um em Tocantinópolis e um em Wanderlândia.
Também há mandados de busca e apreensão. Além disso, a Justiça autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados. De acordo com as investigações, a suposta organização seria especializada em legalizar a documentação de veículos roubados ou furtados em território nacional.
“Para isso, abriam processo de primeiro emplacamento junto ao Detran no Tocantins, utilizando-se de chassi clonado, notas fiscais falsificadas e dados pessoais de vítimas que eram cadastradas como proprietárias desses automóveis. Servidores do Detran que supostamente integram a organização auditavam os processos e emitiam o Certificado de Registro de Veículo (CRV)”, relatou o Ministério Público do Tocantins
Ainda segundo o MP, para fazer o emplacamento, a organização teria como prática clonar o chassi de veículos novos, que por vezes ainda estavam na concessionária e que possuíam as mesmas características do automóvel roubado ou furtado. As investigações apontam ainda que os veículos não chegavam a passar pelo Tocantins, pois não é necessária a realização de vistoria para o emplacamento de automóveis zero-quilômetro.
As placas e os lacres eram enviados do Tocantins para os estados onde os veículos se encontravam, para que lá fossem afixados. Depois de “esquentados”, os automóveis estariam aptos para serem revendidos a terceiros.
A investigação feita pelo Gaeco começou em 2019. As apurações envolveram interceptações telefônicas e a quebra do sigilo do IP de computadores, devidamente autorizadas pela Justiça. O MP informou também que a administração do Detran contribuiu com o andamento das investigações.
O Detran do Tocantins ainda não se manifestou sobre o caso.