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Uma mulher de 29 anos foi agredida por um motorista de aplicativo, de 38 anos, após uma discussão entre os dois por conta dos balões que a passageira levava dentro do carro. Caso aconteceu em Águas Claras, no Distrito Federal, na tarde do último sábado (5). Moradores presenciaram os momentos de violência.
A passageira Geraldina Lúcia de Oliveira Araújo, diz ter chamado o Uber com destino à um shopping da cidade para celebrar seu aniversários com os amigos. “Como eu estava levando bolo e balão, achei mais fácil ir de Uber. Quando ele chegou, eu entrei com a minha amiga e ele começou a reclamar, dizendo os balões atrapalhariam. Falou para eu colocar no porta-malas, mas eu disse que iria estourar e ele voltou a reclamar”, explica a passageira.
Geraldina e a amiga teriam descido do carro em seguida e informado ao homem que chamariam um novo motorista pelo aplicativo. “Depois, ele desceu e gritou: ‘Vai bater a minha porta, sua rapariga? Por que você pede Uber, sua puta, se você não vai pagar a corrida?’”, narra.
Ainda segundo a mulher, o motorista estourou os balões. “Fiquei muito brava, porque eu levei 1h30 para ir para Taguatinga comprar e mais 1h30 para voltar. Sem contar que esses balões são muito caros. Então, eu peguei na camisa dele e falei: ‘Você está doido?’. Nisso, ele começou a me bater”, diz a passageira.
Testemunhas
Durante a discussão, pessoas próximas tentaram parar as agressões e impedir que o motorista deixasse o local. Uma das testemunhas, o técnico de manutenção Lair Lima de Brito, acompanhou Geraldina até a delegacia.
“Eu estava recebendo uma encomenda lá do lado e vi a moça saindo do prédio, com os balões. Pouco tempo depois, o motorista desceu ao encontro dela e ouvi a palavra ‘rapariga’”, conta o vizinho.
“Ele deu dois tapas no rosto dela e chutou. Pegou o celular dela, talvez para ela não fazer nenhum contato, mas já estava todo mundo ligando para a polícia”, afirma. “Ela estava se defendendo, isso todo mundo viu, é fato. Era o dia do aniversário da moça e ela foi humilhada”, completa o técnico.
A versão do motorista
O homem teria dito à Polícia Militar que foi agredido e se defendeu. Um dos policiais teria afirmado, na versão de Geraldina, que ela estava bem vestida, enquanto o homem estava com a camisa rasgada. “A minha sorte foi que havia uma mulher, porque os outros policiais queriam encerrar a ocorrência ali mesmo, mal me ouviram”, reclama.
Contudo, no boletim registrado consta que “todas as testemunhas apresentadas na delegacia disseram que apenas ele agrediu a vítima e teria rasgado as próprias vestes”. A ocorrência foi registrada na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) como “injúria” e “lesão corporal”.
O que diz a Uber
Em nota, a Uber afirmou que o perfil do motorista, está definitivamente fora do ar. “Este tipo de comportamento configura violação aos termos de uso da plataforma e a conta do motorista já foi desativada”, disse.
A Uber ainda ressaltou que “considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres”. “A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes e se coloca à disposição para colaborar com as investigações, na forma da lei”, destacou.
*Por Mais Goiás