A tragédia de Brumadinho, em que uma barragem se rompeu, causando desastre e mortes em Minas Gerais, acionou o alerta em moradores de Porto Nacional sobre a situação da ponte sobre o rio Tocantins na cidade.
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O estado assustador de deterioração da ponte fez com que os portuenses se organizassem por meio de grupos de whatsApp para promover uma manifestação. Conforme divulgado nos grupos, o protesto pacífico acontecerá na manhã do dia 10 de fevereiro, um domingo.
Entre as ações de mobilização, os manifestantes planejam fazer uma paralisação de duas horas na travessia da ponte. O objetivo é cobrar das autoridades competentes e representantes a fiscalização mais eficiente do do trânsito no local e a imediata construção da ponte nova.
A movimentação começou nesta nesta quinta-feira (31) e foi ganhando cada vez mais adeptos. Em poucas horas mais de oitos grupos no aplicativo de mensagens já haviam sido criados.
“Não queremos uma tragédia”, “Ponte Nova Já” e “Todos unidos pela vida”, são a principais frases de efeitos, geralmente precedidas pela #(hasteg), utilizadas pelos manifestantes na mobilização.
Ministério Publico
Nesta semana o Ministério Público novamente requereu o cumprimento de uma decisão judicial que obriga o Governo do Tocantins a adotar medidas para garantir a segurança dos usuários que trafegam pela ponte que faz a travessia do rio Tocantins em Porto Nacional.
A decisão, em razão das condições precárias da obra, construída há 41 anos, expõe que o Governo do Estado terá que atender a diversas obrigações entre elas, a tomada de providências com base nas novas análises técnicas que deverão ser apresentadas, avaliando a necessidade de maiores restrições ao tráfego de veículos sobre a ponte.
O último laudo técnico, feito há oito anos, em 2011, apontou aumento significativo de danos na infraestrutura da ponte em relação ao diagnóstico de 2003, situação que levou, na época, à restrição do tráfego de veículos com peso acima de 30 toneladas e limitação de velocidade.
No ano de 2015, o Ministério Público expediu recomendação para realização de nova análise técnica e fiscalização, porém, diante da omissão do Estado do Tocantins, viu-se na obrigação de acionar os responsáveis judicialmente.
O Ministério Público destaca ainda, que o laudo de 2011 enfatizava que a ponte entraria em colapso, em algum momento nos próximos 10 anos, ou seja, até 2020, com aumento de 10% da probabilidade de ocorrência a cada ano.
A novela da nova ponte
A anunciada nova ponte sobre o rio Tocantins continua sendo muito esperada pela população de Porto Nacional. Uma grande festa foi promovida na cidade pelo governo do estado e prefeitura local para marcar a assinatura da ordem de serviço. A previsão na época, era que o início da obras seria outubro de 2017, mas até agora não começou.
O governo do estado alegou que os recursos do financiamento, no valor atualizado de R$ 130 milhões, ainda não foram liberados pela CAIXA, mas a expectativa é que isso aconteça em breve. Um breve que ao passar dos anos ainda não chegou.
A nova ponte terá 1.488 metros de extensão, sendo 1.088 m de armação de concreto e 400 metros de aterro. De acordo com informações da Ageto, chegou a ser realizadas todas as sondagens e concedidas as licenças ambientais à Rivoli do Brasil S.P.A, empresa ganhadora da licitação.
Posteriormente, a Justiça proibiu a Caixa de fazer empréstimos ao estado. Um deles seria para construir a nova ponte de Porto Nacional.
Balsa
Sem dar previsão de início das obras da nova ponte de Porto Nacional, o governo do Tocantins chegou a determinar, em abril do ano passado, a instalação de uma balsa para travessia de carretas sob o rio Tocantins, na cidade.
Conforme a Agência de Transportes e Obras (Ageto), a intenção era facilitar o escoamento da produção da região e evitar riscos à vida dos usuários, diante do grau de comprometimento da estrutura da antiga ponte.