Uma manifestação é mobilizada por moradores de Porto Nacional para protestar contra a situação caótica e polêmica da ponte sobre o rio Tocantins na cidade. Os manifestantes marcaram para se reunirem no trevo do Anel Viário, que dá acesso ao aterro da ponte, às 8h deste domingo (10).
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A ponte foi totalmente interditada pelo governo do estado na na quinta-feira (7) e um balsa para fazer a travessia só deve ser instalada em março, a qual vai ser paga. A atitude considerada “precipitada” por muitos gerou polêmica e protestos, principalmente dos moradores dos distritos que ficam do outro lado da ponte. Linhas de ônibus que usam a rota foram suspensas na cidade.
Sempre previsão de quando a tão nova ponte será construída, as principais reivindicações dos manifestantes é pela “ponte nova já” e a não cobrança pela travessia da balsa que deve ser instalada.
A mobilização acontece desde da semana passada, sendo organizada em grupos de WhatsApp. O fato do Ministério Público cobrar mais vez do estado uma nova avaliação da superestrutura, cuja avaliação anterior, feita ainda em 2011, apontava risco de colapso em 10 anos, somada a tragédia de Brumadinho fez acender a alerta de risco dos portuenses.
Segundos os manifestantes a questão mostra o descaso com a cidade em relação a ponte que apresenta problemas em sua estrutura a mais de uma década e nunca começaram a construir a nova. já cobrança a cobrança pela travessia da balsa é vista como “imoral a população arcar com falta de compromisso dos políticos”.
Situação da ponte
A ponte de Porto Nacional foi construída há mais de 40 anos e no ultimo laudo técnico, feito em 2011, apontou aumento significativo de danos em sua infraestrutura em relação ao diagnóstico de 2003. Situação que levou, na época, à restrição do tráfego de veículos com peso acima de 30 toneladas e limitação de velocidade.
O laudo apontou ainda que a ponte entraria em colapso, em algum momento nos próximos 10 anos, ou seja, até 2020, com aumento de 10% da probabilidade de ocorrência a cada ano.
Após o problema ser alastrado por década, o governo do estado interditou a estrutura por completo na quinta-feira (7), sem promover condições necessárias para amenizar os impactos da decisão. A instalação da balsa, que já havia sido anunciada ainda em 2017, foi novamente determinada e deve acontecer apenas em março.
O governador Mauro Carlesse (PHS) informou que transporte pela balsa será pago e causou revolta na população que não acham justo pagar pelo descaso com um problema que vem sendo alastrado por anos.
Outra preocupação dos moradores da cidade e com o possível aumento de preço em produtos como hortaliças e carne. Como o desvio para chegar a cidade é de cerca de 160 km, o valor do frete pode ficar mais caro.
Sem a instalação da balsa a única alternativa para ir de uma margem a outra do rio é passar pela ponte em Palmas.
A novela da nova ponte
A anunciada nova ponte sobre o rio Tocantins continua sendo muito esperada pela população de Porto Nacional. Uma grande festa foi promovida na cidade pelo governo do estado e prefeitura local para marcar a assinatura da ordem de serviço. A previsão na época, era que o início da obras seria outubro de 2017, mas até agora não começou.
O governo do estado alegou que os recursos do financiamento, no valor atualizado de R$ 130 milhões, ainda não foram liberados pela CAIXA, mas a expectativa é que isso aconteça em breve. Um breve que ao passar dos anos ainda não chegou.9
A nova ponte terá 1.488 metros de extensão, sendo 1.088 m de armação de concreto e 400 metros de aterro. De acordo com informações da Ageto, chegou a ser realizadas todas as sondagens e concedidas as licenças ambientais à Rivoli do Brasil S.P.A, empresa ganhadora da licitação.
Posteriormente, a Justiça proibiu a Caixa de fazer empréstimos ao estado. Um deles seria para construir a nova ponte de Porto Nacional.
Posteriormente a a empresa que venceu aquela licitação para construção da ponte foi impedida pela Justiça de fazer o trabalho.
Uma nova licitação depende de um empréstimo internacional. O governo disse que está marcada para a próxima semana uma reunião com o Tesouro Nacional em Brasília para pedir o adiantamento dos recursos.