Mandados são cumpridos no Tocantins em operação nacional contra pedofilia

No Tocantins, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos nessa quinta-feira (28) na 4ª fase da Operação Luz na Infância. A ação apura crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes praticados na internet.

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As buscas ocorreram em Itacajá e Palmas. Foram apreendidos quatro HDs – unidades de armazenamento de computadores – foram apreendidos. Agora os indícios serão investigados pela polícia. Não houve prisões.

A operação é realizada em todos os estados do país pela Polícia Civil, sob a coordenação da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública. No Tocantins, as buscas foram feitas por agentes da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos.

Nos dois casos identificados no Tocantins os suspeitos acessaram conteúdos de exploração sexual infantil na internet. Em Palmas o mandado foi cumprido em uma casa e um estabelecimento empresarial.

A operação

Ao todo 137 suspeitos de cometer crimes de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na internet foram presos nessa quinta-feira. Além das detenções, policiais civis dos 26 estados e do Distrito Federal estão cumpriram 266 mandados judiciais de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, em todo o país.

A produção, guarda e disseminação de material digital contendo cenas de pornografia infantil foram identificadas por equipes do Laboratório de Inteligência Cibernética, da recém-criada Secretaria de Operações Integradas, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Segundo o coordenador do laboratório, delegado Alesandro Barreto, a maioria dos presos é do sexo masculino, tem entre 19 e 29 anos e vive em estados da Região Sudeste. Os suspeitos pertencem a diferentes classes sociais. Já entre as vítimas, há crianças a partir dos 2 anos de idade.

“São crianças que são abusadas por parentes, por pessoas próximas. Nas operações anteriores, vimos que a parte mais importante deste trabalho é identificar vítimas e tirá-las da situação de abuso e exploração”, disse Barreto, destacando a capacidade das polícias estaduais e Federal de identificarem quem comete crimes cibernéticos.

Internet não é território sem lei

“Há uma impressão de que a internet é um território sem lei, mas as polícias dos estados estão sendo capacitadas para buscar as evidências neste ambiente. E a operação de hoje é uma demonstração de que as polícias estão cada vez mais aptas a identificar os autores de crimes neste ambiente.”

A pena para quem armazena esse tipo de conteúdo varia de um a quatro anos de prisão. Já quem o compartilha pode ser condenado à pena de de três a seis anos de cárcere. A produção de conteúdo relacionado aos crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes pode ser punida com quatro a oito anos de detenção. Somadas, as três primeiras fases da Operação Luz na Infância resultaram em mais de 400 prisões e instauração de vários inquéritos.

“Ocorrem verdadeiros absurdos no ambiente online e estamos identificando algumas pessoas que, em tese, são acima de qualquer suspeita, pois não têm antecedentes [criminais], nem nada. Já foram presos policiais, profissionais que tratam com crianças e da área de saúde”, afirmou Barreto.

Mais de 1,5 mil policiais civis participam da nova fase, deflagrada nas primeiras horas da manhã de hoje, em todo o país. Após destacar a dificuldade da coleta de provas capazes de responsabilizar os investigados, o coordenador do Laboratório de Inteligência Cibernética destacou a importância dos pais estarem atentos às atividades dos filhos na internet.

“Nós falamos para nossos filhos não falarem com estranhos na rua. Precisamos ter este mesmo cuidado com o ambiente online. É importante que os responsáveis legais orientem as crianças e denunciem [os casos suspeitos] pelos canais digitais, às delegacias de proteção ou pelo Disque 100 para que as polícias possam identificar esses criminosos”, defendeu o delegado.

Fotos: Divulgação

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