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Nesta segunda-feira (6), a Justiça realiza, por videoconferência, uma audiência de instrução e julgamento com os acusados da morte do médico Bruno Calaça, assassinado em uma boate no dia 26 de julho, em Imperatriz (MA).
De acordo com o Ministério Público, a audiência de instrução faz parte do processo e ainda não é o julgamento em si, que ainda não tem previsão para ter a data marcada. O irmão de Bruno, Willian Calaça, deve ser ouvido da cidade de Porto Nacional, no Tocantins.
Atualmente, são reús o ex-policial militar Adonias Sadda, acusado de atirar contra o médico; e o advogado Ricardo Barbalho, que estava com Adonias na boate.
Adonias Sadda era soldado da Polícia Militar, segue preso, e já foi expulso da corporação. Ele foi indiciado pelo crime, após imagens de câmera de segurança flagrarem o momento em que ele atira a queima roupa contra o médico, durante uma discussão.
Além da morte de Bruno, Adonias responde a um processo onde é acusado de atropelar e matar Hiego Santos, de quatro anos, em Imperatriz. O caso aconteceu há seis anos e continua em tramitação na justiça.
Esta também não é a primeira vez também que Adonias Sadda responde por processos internos de investigação da PM do Maranhão. Há cinco anos, ele foi absolvido de um caso de abuso de autoridade, após ter sido acusado de dar um soco em uma advogada durante uma abordagem policial.
Segundo a denúncia, Adonias Sadda deu um forte soco na vítima que era passageira de um veículo que estaria fazendo manobras perigosas. À TV Mirante, a vítima que não quis se identificar, afirmou que se apresentou à polícia e que o PM foi truculento e, após questionar a apreensão do veículo, foi agredida.
Prisões
Além de Adonias Sadda, também responde pela morte de Bruno Calaça, o bacharel em Direito, Ricardo Barbalho. Nas imagens que registraram a ação, ele aparece junto com o PM e uma terceira pessoa, o empresário Waldez Cardoso, conversando antes dos três partirem para cima de Bruno.
Investigações
Em dois depoimentos à polícia, Adonias Sadda afirmou que o tiro disparado contra o médico foi acidental. Entretanto, o laudo do exame do corpo de delito feito no soldado desmentiu a versão apresentada pelo PM.
O exame foi realizado no dia 30 de julho, logo após o soldado da PM ter prestado um novo depoimento. O soldado disse ter sido atingido por um chute de Bruno Calaça, antes do disparo.
De acordo com a Polícia Civil, o laudo mostra que não há compatibilidade entre a lesão apresentada pela PM e o relato prestado por ele. Segundo a Delegacia de Homicídios, a versão foi confrontada com trechos do depoimento e cenas da câmera de segurança que registrou o crime.
Mãe recebe diploma
O médico Bruno Calaça Barbosa tinha 24 anos e se formou dez dias antes de ser morto. A mãe da vítima, Arielle Calaça, recebeu o diploma do filho. A cerimônia foi marcada por muita dor e emoção.
“A gente fica mais confiante na justiça e que vai haver justiça. Mas, mesmo tendo justiça, meu filho não vai estar de volta. Porque eles mataram meu filho por um motivo fútil, não tinha necessidade de matar meu filho, não tinha necessidade de nada daquilo. Um policial daquele não tinha condições de trabalhar na corporação da polícia”, desabafou a mãe.
*Por G1