Justiça declara Mauro Carlesse ilegível e determina afastamento da prefeita de Gurupi, Josi Nunes

Conforme decisão, durante a campanha de 2020 a prefeita e o vice Gleydson Nato foram beneficiados por Mauro Carlesse, governador afastado. Josi Nunes segue no cargo de prefeita enquanto recorre do afastamento.

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A Justiça Eleitoral declarou inelegíveis o governador afastado do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), a prefeita de Gurupi, Josi Nunes (PSL), e o vice-prefeito da cidade, Gleydson Nato (PDT). Também determinou o afastamento da gestora do cargo. Segundo a sentença, Carlesse teria utilizado recursos públicos para beneficiar Josi nas eleições municipais de 2020.

Conforme o juiz da 2ª Zona Eleitoral, Nilson Afonso, foram verificadas condutas ilícitas por parte de Carlesse durante a campanha de Josi. Entre elas, abuso de poder político mediante utilização de bens e servidores públicos, uso de veículos oficiais, pagamento de sites de notícias e distribuição de cestas básicas sem critérios objetivos e em ano eleitoral.

O advogado que representa os políticos no processo afirmou que vai recorrer da decisão. Em nota, a prefeita e o vice disseram estar serenos. O governador afastado disse que respeita o trabalho da Justiça, mas que a medida gera insegurança.

A decisão é baseada em uma denúncia formalizada de Gutierrez Torquato (PSB) e de Eduardo Fortes, candidatos a prefeito e vice derrotados em Gurupi.

A sentença afirma que a inelegibilidade deve valer por oito anos, a partir da campanha eleitoral de 2020. O juiz diz que “a presente decisão deverá ser cumprida somente após o trânsito em julgado”.

Josi Nunes continua no cargo

A prefeita de Gurupi, Josi Nunes (PSL), e o vice-prefeito da cidade, Gleydson Nato (PDT) seguem nos cargos enquanto recorrem da decisão da primeira instância da Justiça Eleitoral sobre o afastamento, divulgada neste sábado (4). Em um comunicado, os dois disseram ter recebido a notícia com “serenidade” e afirmaram ter certeza de ter “agido dentro da legalidade”.

Mauro Carlesse

O governador Mauro Carlesse criticou a decisão. Disse que apesar de respeitar o trabalho da Justiça, entende que a medida causa “insegurança e instabilidade” e que o conjunto de provas é frágil.

Carlesse foi afastado do governo estadual pelo prazo de seis meses pelo Superior Tribunal de Justiça. Ele está sendo investigado em um outro processo por um suposto esquema de propina e também por intervenção política em investigações policiais. Ele falou sobre estas acusações dois dias após o afastamento e negou ter cometido qualquer irregularidade.

Atualmente, o comando do Poder Executivo é exercido pelo vice-governador, Wanderlei Barbosa (Sem partido), que rompeu a relação com Carlesse.

Por G1