O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), foi alvo de um mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal nesta quarta-feira (21). As buscas foram realizadas em vários endereços ligados ao governador.
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A operação, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), investiga um suposto esquema de desvio de recursos na compra de cestas básicas pelo governo do estado durante a pandemia.
A primeira-dama, Karynne Sotero, que também é secretária extraordinária de Participações Sociais no governo do Tocantins, e os filhos do governador, o deputado estadual Léo Barbosa (Republicanos) e Rérison Castro, atual superintendente do Sebrae Tocantins, também foram alvos das buscas.
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De acordo com a Polícia Federal, há fortes indícios de que entre 2020 e 2021 foi montado um esquema que aproveitou o estado de emergência em saúde pública e assistência social para contratar grupos de empresas previamente selecionadas para o fornecimento de cestas básicas. As empresas teriam recebido a totalidade dos pagamentos, mas, segundo as investigações, entregaram apenas parte das cestas acordadas.
Posicionamento dos envolvidos
Wanderlei Barbosa afirmou que, na época dos supostos desvios, ele era vice-governador e não estava envolvido em decisões relacionadas às despesas com a distribuição das cestas básicas.
O governo do Tocantins declarou que está cooperando com as investigações (veja a íntegra da nota abaixo).
Karynne Sotero, a primeira-dama, afirmou em nota que recebeu “com espanto e perplexidade” a notícia de que é alvo de busca e apreensão.
O Sebrae informou que está colaborando para fornecer todas as informações de forma transparente sobre a Operação Fames-19 e destacou que, durante o período investigado, o atual superintendente, Rérison Antônio Castro, não fazia parte do corpo técnico da instituição.
Os filhos do governador não haviam se pronunciado até a última atualização desta reportagem.
Outros alvos da operação
A Justiça ordenou o cumprimento de 42 mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares patrimoniais. Além dos membros da família do governador, a operação também mira políticos e empresários envolvidos com o pagamento de empresas contratadas para o fornecimento de cestas básicas. Os inquéritos correm sob sigilo no STJ.
A operação foi denominada Fames-19, em referência à insegurança alimentar causada pela pandemia de COVID-19. “Fames” significa “fome” em latim, e “19” remete ao ano em que a doença foi identificada.
Notas na íntegra dos envolvidos
Nota de Wanderlei Barbosa:
“O governador Wanderlei Barbosa informa que recebeu com surpresa, porém com tranquilidade, a operação desta manhã, especialmente porque na época dos fatos era vice-governador e não estava envolvido em decisões financeiras relacionadas ao programa de cestas básicas durante a pandemia. ‘Como todos sabem, minha única ligação mencionada na investigação foi minha participação em um consórcio informal de R$ 5.000,00 com outras 11 pessoas, uma das quais é investigada.’ Ele reafirma seu desejo por uma apuração rápida e imparcial dos fatos, confiante em sua inocência e na Justiça, estando sempre à disposição para colaborar com as investigações.”
Nota do Governo do Tocantins:
“O Governo do Estado do Tocantins informa que está cooperando com a Polícia Federal no cumprimento dos mandados de busca e apreensão realizados na manhã desta quarta-feira, 21, relacionados à Operação Fames-19, que investiga supostos desvios na compra de cestas básicas entre 2020 e 2021. O governo está interessado em que os fatos sejam devidamente esclarecidos.”
Nota de Karynne Sotero:
“A Primeira-Dama e secretária extraordinária de Participações Sociais, Karynne Sotero, recebeu com espanto e perplexidade a notícia de que é alvo de busca e apreensão, uma vez que não está envolvida no processo investigatório e sequer foi citada. Ela esclarece que não era primeira-dama do estado na época dos fatos investigados. Ressalta estar tranquila em relação ao desenrolar da investigação e confiante na Justiça.”
Nota do Sebrae:
“O Sebrae Tocantins esclarece que está empenhado em fornecer todas as informações de forma transparente a respeito da Operação Fames-19. É importante destacar que, no período investigado, o atual superintendente, Rérison Antônio Castro, não fazia parte do corpo técnico do Sebrae.”