Foragido da Polícia Federal do Tocantins por tráfico internacional de cocaína é preso na Colômbia

Rubén Dário Lizcano Mogollón é natural da Colômbia e foi um dos alvos da Operação Flak, contra o tráfico internacional de cocaína em aviões e até em submarinos improvisados.

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Um homem que era considerado foragido desde 2019 pela Polícia Federal do Tocantins está preso na Colômbia. Rubén Dário Lizcano Mogollón foi um dos alvos da Operação Flak, contra o tráfico internacional de cocaína em aviões e até em submarinos improvisados. Ele é apontado pela PF como um dos principais operadores da quadrilha na região de Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Este, no Paraguai.

Mogollón foi detido no dia 15 de abril deste ano na Colômbia porque estava com o nome na difusão vermelha da Interpol, a Polícia Internacional. A notificação da prisão foi feita pelas autoridades locais ao governo brasileiro no dia 21 do mesmo mês. O Ministério Público Federal solicitou e a Justiça Federal autorizou o envio de um pedido de extradição de Mogollón ao governo colombiano.

O pedido é baseado em tratados internacionais assinados pelo Brasil e pela Colômbia nas décadas de 1930 e 1940, mas a questão pode acabar sendo um pouco mais complexa por causa da nacionalidade do preso. Mogollón é colombiano, o que pode ter impacto na decisão do país de enviar ou não um de seus cidadãos para ser julgado por autoridades estrangeiras.

No pedido, o MPF lembrou que o preso já foi denunciado por crimes de associação para o tráfico e de organização criminosa no Brasil.

A operação é considerada uma das maiores já realizadas no Tocantins e as investigações continuam em diversas frente. Este ano, o Ministério da Justiça e Segurança Pública realizou leilões de nove aeronaves que foram apreendidas pela Polícia Federal durante a operação. Ao todo, foram arrecadados cerca de R$ 3 milhões que serão usados para financiar novas ações contra o tráfico de drogas.

A Operação Flak

A operação Flak mirou um grupo que usaria aviões modificados e até um submarino improvisado para levar cocaína produzida na América do Sul para a Europa, América do Norte e África. O caso foi descoberto após a PF do Tocantins identificar pistas de pouso no estado sendo usadas de forma irregular como pontos de apoio para a quadrilha.

Na primeira fase da operação, a PF conseguiu mandados para a apreensão de mais de 40 aeronaves de pequeno porte. Na época, mais de 30 pessoas foram presas, mas a maioria delas responde ao processo em liberdade.

As investigações apontam que o grupo agia dividido em quatro núcleos. O primeiro era comandado por João Soares Rocha e tinha a função de gerenciar as operações de transporte e de distribuição de cocaína. Eles eram responsáveis pela comunicação com produtores e varejistas do tráfico, organização do transporte aéreo, recrutamento de pilotos e mecânicos para tarefas operacionais, definição das estratégias de fuga, seleção das pistas de pouso e pontos de apoio, além de outras funções gerenciais.

O segundo núcleo era composto de pilotos e ajudantes que prestam serviços regulares ao núcleo empresarial. Eles eram responsáveis pela condução das aeronaves adulteradas com drogas e dinheiro, além da elaboração de planos de voos irregulares, mapeando rotas para escapar do controle aeronáutico.

Mecânicos que adulteravam a estrutura dos aviões para prolongar a autonomia do voo integravam o terceiro núcleo. Eles também faziam manutenção das aeronaves e adulteravam os prefixos.

Os produtores ou compradores de cocaína, que contratam os serviços do núcleo logístico para o transporte e a distribuição da droga, são apontados pela PF como quarto núcleo.

Por G1