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O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou nesta quarta-feira (25) que os filhos de cinco e 10 anos da brasileira Romenia Brito, assassinada na Guiana Francesa, só vão poder retornar ao país após uma decisão sobre com quem vai ficar a guarda deles. As crianças estão com uma vizinha de Romenia. O pai delas, Aimar Lopes de Souza, é o principal suspeito do crime e está preso.
O Itamaraty disse por meio de nota que está “ciente do caso e presta toda a assistência legal e materialmente possível aos familiares, respeitando os tratados internacionais vigentes e a legislação local”. Para tentar viabilizar o translado do corpo de Romenia lançou uma vaquinha. A mulher é natural de Buriti do Tocantins.
O crime aconteceu na Vila Ronaldo, que fica na divisa da Guiana Francesa com o Suriname, um país independente. O corpo de Romenia foi levado para Paramaribo, a capital do Suriname, e por isso é o consulado brasileiro neste país que está acompanhando o caso. O pai da vítima está no local tentando agilizar os procedimentos.
Nesta terça-feira (25), foram divulgadas mensagens que Romenia enviou para a própria mãe antes de ser assassinada. Ela relata que estava infeliz no casamento e que já estava com tudo preparado para voltar ao Brasil.
“Não tem mais jeito nosso casamento acabou, não quero mais esse casamento, não estou feliz. Falei: eu não estou feliz e vou te falar já não estava feliz há muito tempo”.
Disse a vítima dias antes de ser morta.
Horas antes do crime, Romenia mandou um áudio para a mãe avisando que em breve voltaria ao Brasil. Durante a conversa ela disse que não tinha intenção de voltar para a Guiana Francesa.
“Eu marquei a passagem, mulher, só que eu comprei a passagem, porque meu passaporte da pra eu comprar, entendeu? Só que eu não comprei de volta, só comprei de ida”
Entenda
Dona de casa Romenia Brito, de 28 anos, foi morta a facadas em uma vila que fica nas margens do rio Lawa, na divisa da Guiana Francesa com Suriname. Segundo autoridades locais, o principal suspeito do crime é Aimar Lopes de Souza, marido da vítima e que também é brasileiro.
Vídeos feitos momentos após o crime mostram o suspeito sendo preso pelas autoridades locais e sendo conduzido ao lado do corpo em um barco. Segundo a polícia do Suriname, o crime teria acontecido por causa de ciúmes.
Nota do Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Paramaribo, está ciente do caso e presta toda a assistência legal e materialmente possível aos familiares, respeitando os tratados internacionais vigentes e a legislação local, conforme estabelecido pela Convenção de Viena sobre Relações Consulares, o Regimento Interno da Secretaria de Estado das Relações Exteriores e o Manual de Serviço Consular e Jurídico do Itamaraty.
Informações sobre a assistência consular que pode ser prestada pelas embaixadas e pelos consulados brasileiros no exterior podem ser obtidas em: http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/solicitando-assistencia.
A repatriação de menores deve obedecer o devido trâmite jurídico e não pode ser realizada sem uma decisão sobre a guarda e o poder familiar.
Nos termos do artigo 31 da Lei 12.527/2011 e do artigo 55 do Decreto 7.724/2012, informações pessoais que se referem à intimidade, vida privada, honra e imagem são protegidas por sigilo e não podem ser divulgadas sem “previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem” ”, ou, “caso o titular das informações pessoais esteja morto ou ausente”, não podem ser divulgadas sem o consentimento do cônjuge ou companheiro, dos descendentes ou ascendentes.
*Com informações do G1