Festival de Circo de Taquaruçu começa nesta quarta com ‘Palhaço de La Mancha’

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Festival de Circo de Taquaruçu começa com nesta quarta-feira (3) no distrito de Palmas. Em seu primeiro, o evento inicia com o o espetáculo “Palhaço de La Mancha”, no Circo Os Kaco, às 18h.

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O espetáculo da companhia manauara, Cacompanhia de Artes Cênicas une o universo literário de Dom Quixote com a espontaneidade da palhaçaria, mesclando a loucura do personagem do livro com a loucura do palhaço.

Seguida, assume o picadeiro o Grupo TaquaruCirco com o espetáculo ‘IntervenCIRCO’. A atração é composta por jovens artistas locais formado pelos Circo Os Kaco. Eles serão responsáveis pela abertura oficial do Festival e por celebrar os 10 anos do Circo os Kaco. 

A noite termina com show de Allan Giller Branco. O cantor paranaense se apresenta às 21h30. A entrada é livre e a contribuição do público poderá ser feita através do tradicional chapéu dos artistas. Festival de Circo de Taquaruçu acontece até domingo (7)

Coletivo Taquarucirco Foto Gabriela Grammont Spicker
Coletivo Taquaucirco

Mais sobre o “Palhaço de La Mancha”

O Palhaço de La Mancha é o projeto mais recente e absolutamente desafiador da Cacompanhia de Artes Cênicas que busca unir o universo literário de Dom Quixote com a espontaneidade da palhaçaria.

A Montagem traz quatro palhaços andantes que decidem se aventurar nas histórias do Cavaleiro da Triste Figura, a trupe que anda com uma carroça cheia de cacarecos remonta seletas histórias e sagas do herói torto da Mancha.

A Montagem é dirigida por Jhon Weiner de Castro (MG), natural de Ouro Preto e professor da Universidade do Estado do Amazonas.

O espetáculo trabalha os aspectos simbólicos presentes na proposta que une a excentricidade do clown e a poesia presente na obra de Cervantes, os elementos cênicos estimulam a ludicidade do público que viaja com os palhaços nessa contação de história.

Os elementos visuais do espetáculo tiveram concepção coletiva e partiram de uma imagem que se apresentou em meio ao processo criativo, que era a morte de Dom Quixote ao pôr do sol, como se a noite viesse a razão e com ela uma escuridão inquietante que o levaria desse mundo são.

A partir disso, a paleta de cores se concentravam em vermelho, amarelo e laranja e suas diversas tonalidades. Assinam a concepção de figurino Dione Maciel e adereços de Paulo Tiago e Francine Marie, a cenografia fica por conta de Jhon Weiner e Klindson Cruz.

O espetáculo nos aponta um caminho, uma aventura contra os moinhos desse fazer teatral na cidade, é indo a rua que nos colocamos em fronte de batalha, considerando a conjuntura política do país que necessita cada vez mais que vozes sejam escutadas, indo ao encontro do público que esvazia constantemente as salas de espetáculos.

Neste processo cada palhaço e palhaça elegeu uma aventura do engenhoso fidalgo para encenar, assim dando a direção olhares multifacetados da obra, almejando encontrar uma similaridade entre os arquétipos dos personagens principais com as características de cada palhaço e palhaça.

A Cacompanhia se dedica a espetáculos de rua numa postura política, criando mecanismos de acesso ao ir até o público para popularizar esta arte tão necessária saindo da comodidade das salas de espetáculo e provocando-se como fazedor teatral e como formador de plateia.

Nada mais necessário que levar Cervantes em tempos tão delicados politicamente, economicamente e socialmente, quando a cultura vai mal o país vai mal e é o papel do artista ir para esse enfrentamento como Dom Quixote vai em busca do seu ideal de mundo.

É com esse intuito que a Cacompanhia vem produzindo trabalhos na rua, o que nos trouxe a necessidade de um olhar mais experiente desse universo para levantar as estruturas desta aventura quixotenana.

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