Festival de Circo de Taquaruçu começa com nesta quarta-feira (3) no distrito de Palmas. Em seu primeiro, o evento inicia com o o espetáculo “Palhaço de La Mancha”, no Circo Os Kaco, às 18h.
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O espetáculo da companhia manauara, Cacompanhia de Artes Cênicas une o universo literário de Dom Quixote com a espontaneidade da palhaçaria, mesclando a loucura do personagem do livro com a loucura do palhaço.
Seguida, assume o picadeiro o Grupo TaquaruCirco com o espetáculo ‘IntervenCIRCO’. A atração é composta por jovens artistas locais formado pelos Circo Os Kaco. Eles serão responsáveis pela abertura oficial do Festival e por celebrar os 10 anos do Circo os Kaco.
A noite termina com show de Allan Giller Branco. O cantor paranaense se apresenta às 21h30. A entrada é livre e a contribuição do público poderá ser feita através do tradicional chapéu dos artistas. Festival de Circo de Taquaruçu acontece até domingo (7)
Mais sobre o “Palhaço de La Mancha”
O Palhaço de La Mancha é o projeto mais recente e absolutamente desafiador da Cacompanhia de Artes Cênicas que busca unir o universo literário de Dom Quixote com a espontaneidade da palhaçaria.
A Montagem traz quatro palhaços andantes que decidem se aventurar nas histórias do Cavaleiro da Triste Figura, a trupe que anda com uma carroça cheia de cacarecos remonta seletas histórias e sagas do herói torto da Mancha.
A Montagem é dirigida por Jhon Weiner de Castro (MG), natural de Ouro Preto e professor da Universidade do Estado do Amazonas.
O espetáculo trabalha os aspectos simbólicos presentes na proposta que une a excentricidade do clown e a poesia presente na obra de Cervantes, os elementos cênicos estimulam a ludicidade do público que viaja com os palhaços nessa contação de história.
Os elementos visuais do espetáculo tiveram concepção coletiva e partiram de uma imagem que se apresentou em meio ao processo criativo, que era a morte de Dom Quixote ao pôr do sol, como se a noite viesse a razão e com ela uma escuridão inquietante que o levaria desse mundo são.
A partir disso, a paleta de cores se concentravam em vermelho, amarelo e laranja e suas diversas tonalidades. Assinam a concepção de figurino Dione Maciel e adereços de Paulo Tiago e Francine Marie, a cenografia fica por conta de Jhon Weiner e Klindson Cruz.
O espetáculo nos aponta um caminho, uma aventura contra os moinhos desse fazer teatral na cidade, é indo a rua que nos colocamos em fronte de batalha, considerando a conjuntura política do país que necessita cada vez mais que vozes sejam escutadas, indo ao encontro do público que esvazia constantemente as salas de espetáculos.
Neste processo cada palhaço e palhaça elegeu uma aventura do engenhoso fidalgo para encenar, assim dando a direção olhares multifacetados da obra, almejando encontrar uma similaridade entre os arquétipos dos personagens principais com as características de cada palhaço e palhaça.
A Cacompanhia se dedica a espetáculos de rua numa postura política, criando mecanismos de acesso ao ir até o público para popularizar esta arte tão necessária saindo da comodidade das salas de espetáculo e provocando-se como fazedor teatral e como formador de plateia.
Nada mais necessário que levar Cervantes em tempos tão delicados politicamente, economicamente e socialmente, quando a cultura vai mal o país vai mal e é o papel do artista ir para esse enfrentamento como Dom Quixote vai em busca do seu ideal de mundo.
É com esse intuito que a Cacompanhia vem produzindo trabalhos na rua, o que nos trouxe a necessidade de um olhar mais experiente desse universo para levantar as estruturas desta aventura quixotenana.