Ex-secretários são presos em operação da PF que apura desvios de mais de R$ 15 milhões em Palmas

Ex-prefeito de Palmas teve os sigilos bancários e fiscais quebrados. PF também cumpriu ordens de busca e apreensão em endereços ligados a ele.

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Policiais Federais cumprem oito mandados de prisão que tem entre os alvos, quatro ex-secretários da prefeitura de Palmas. A ação aconteceu na manhã desta terça-feira (21), durante uma operação Carta Marcada da Polícia Federal que apura superfaturamento e fraudes em contratos de locação de veículos.

O ex-prefeito Carlos Amastha (PSB), que também é investigado na ação, teve os sigilos bancário e fiscal quebrados. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados a ele.

Segundo o G1, até às 9h, sete dos oito mandados de prisão temporária já tinham sido cumpridos. A Polícia Federal não chegou a informar qual dos alvos ainda não foi localizado.

PFsPolícias federais cumprem mandados de busca e apreensão – Foto: G1

 

Segundos as investigações, o grupo, em parceria com empresários do ramo de locação de veículos, teriam fraudado licitações para desviar dinheiro público. Alguns dos investigados tiveram a prisão decretada por três dias e outros por cinco.

Os mandados de prisão foram expedidos em desfavor dos ex-secretários da prefeitura de Palmas,  Adir Cardoso Gentil, Chistian Zini Amorim,Claudio de Araújo Schuller  e Cleide Brandão Alvarenga. Também tiveram ordens de prisão decretadas os empresários, Marco Zancaner Gil, Carlo Raniere Soares Mendonça, Luciano Valadares Rosa e José Emilio Houat.

De acordo com a PF, os contratos suspeitos foram fechados em 2014, durante a gestão do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB). Os investigadores suspeitam é que o grupo tenham se apropriado de mais de R$ 15 milhões.

A apurou ainda que que inicialmente a ata de registro de preços foi realizada pela Prefeitura de Porto Nacional, município vizinho a Palmas, durante a gestão de Otoniel Andrade.

AmasthaAmastha teve sigilos bancários e fiscais quebrados – Foto: Divulgação

 

A suspeita de fraude é motivada pelo fato de que três empresa apresentaram propostas para a licitação, mas apenas uma delas compareceu ao pregão presencial. Para PF, isso indica que o contrato pode ter sido direcionado. Além disso, as outras empresas apresentaram orçamentos com diferença constante de 2,3955% sobre as propostas da vencedora.

Após a realização da licitação em Porto Nacional, a prefeitura de Palmas optou por aderir a mesma ata de preços. O contrato ficou em vigor até 2018. Neste período a prefeitura de Porto Nacional pagou R$ 470 mil pelo aluguel dos veículos enquanto em Palmas os pagamentos passaram da marca de R$ 24 milhões.

Além dos presos, foram realizadas buscas nos imóveis de empresários e políticos nas duas cidades, incluindo as residências de Carlos Amastha e Otoniel Andrade.

Veja quem teve a prisão decretada na operação

Por cinco dias

  1. Adir Cardoso Gentil – ex-secretário
  2. Chistian Zini Amorim – ex-secretário
  3. Claudio de Araújo Schuller – ex-secretário
  4. Marco Zancaner Gil – empresário

Por três dias

  1. Luciano Valadares Rosa – empresário
  2. Carlo Raniere Soares Mendonça – empresário
  3. Cleide Brandão Alvarenga – ex-secretária
  4. José Emilio Houat – empresário
O que diz Carlos Amastha

O ex-prefeito de Palmas postou em suas redes sociais um vídeo em que critica a operação da PF. Ele afirma que os investigadores escreveram uma acusação para ‘iludir o juiz’ e conseguir a decisão judicial para realizar a operação. Amastha afirmou que “O direito de investigar é sagrado e é uma obrigação”, mas questionou a forma como foi tratado pela Polícia Federal no inquérito.

“Eu apareço novamente como chefe de uma quadrilha e tem que rir. Tem que rir para não chorar”, afirmou. “Não entrei para isso na política. Nunca vai [SIC] encontrar nada que desabone a minha gestão”, disse ele.