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Completa dois meses nesta terça-feira (26), as prisões do ex-governador do Tocantins, Marcelo de Carvalho Miranda (MDB) e do irmão dele, Brito Miranda Júnior. Eles foram alvo da operação 12º Trabalho, da Polícia Federal, e tiveram as prisões preventivas decretadas porque foram acusado de tentar atrapalhar as investigações de outra operação da PF, a Reis do Gado.
Ex-governador segue detido em uma sala no Quartel de Comando Geral da PM em Palmas. Defesa disse aguardar recursos.
O ex-governador segue em uma sala do Estado Maior no Quartel de Comando Geral da Polícia Militar em Palmas. Já o irmão, continua na cela destinada a presos com diploma de nível superior na Casa de Prisão Provisória (CPP) da Capital.
Já pai dos dois, José Edmar de Brito Miranda, chegou a ser preso, mas foi solto sob fiança em função do estado de saúde e da idade avançada.
A defesa da família Miranda sustenta que as prisões são desnecessárias por se tratarem de fatos antigos. Ao G1, o advogado informou que aguarda o julgamento de recursos no Tribunal Regional Federal da 1ª Região e no Supremo Tribunal Federal.
No pedido de habeas corpus que está no TRF da 1ª Região, os movimentos mais recentes são do fim de outubro, quando petições e certidões foram anexadas ao processo, ainda não há prazo para o julgamento.
Já o pedido para o STF, citado pela defesa, é uma reclamação para que seja definido em que instância da Justiça o caso deve tramitar. Também não há data para a análise do pedido.
Os investigadores da PF e os procuradores da República, do Ministério Público Federal, estimam que o prejuízo causado pela família Miranda aos cofres públicos passa de R$ 300 milhões. O esquema envolveria empreiteiros e servidores públicos para desviar dinheiro de obras do governo estadual nos períodos em que Marcelo Miranda foi governador.
Marcelo Miranda foi eleito para o cargo em três ocasiões: 2002, 2006 e 2014. O único mandato de governador que ele conseguiu completar foi o primeiro, nos outros dois acabou sendo casado.
O caso mais recente é o de 2018, quando ele foi removido do cargo pelo Tribunal Superior Eleitoral por supostas irregularidade na campanha eleitoral de 2014.
Investigação
Os crimes teriam sido praticados durante os governos de Marcelo Miranda no Tocantins. Os investigadores concluíram que os atos ilícitos praticados pela família Miranda eram divididos em sete grandes eixos, envolvendo empresas, fazendas, funcionários públicos e laranjas, “que se relacionavam organicamente entre si para o desenvolvimento êxito das atividades criminosas, mas que funcionavam como grupo”, apontam.