Ex-gerente de combate à corrupção do Tocantins faz denúncias de assédio e perseguição

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A ex-servidora do estado Cláudia Regina Sousa e Silva, que ocupou o cargo de gerente de Transparência e Combate à Corrupção, órgão ligado à antiga Controladoria Geral do Estado (CGE), atualmente denominada de Controladoria do Gasto Público e Transparência (CGPT), fez várias denúncias de perseguição, assédio e retaliação praticados por seus superiores enquanto esteve no Governo.

No cargo desde setembro de 2016, a ex-servidora disse que até sua exoneração em novembro deste ano, foi impedida de exercer suas funções e deixada de fora de várias decisões administrativas, o que para ela, configura assédio moral dentro do ambiente de trabalho.

Cláudia Regina acusa o secretário da CGPT, Senivan Almeida de Arruda, e a diretora da pasta, Juliana Gobbo de Oliveira, de perseguição política, intimidação e de tentarem barrar investigações relacionadas ao Governo.

A ex-servidora relata ter percebido que havia alguma coisa errada quando tentava realizar o seu trabalho e não conseguia. “Enviava comunicação e não recebia resposta. A diretoria e o secretário tomavam decisões sobre a gerência sem se quer me comunicar. Eu já havia percebido esse clima de assédio”, afirmou.

Ainda segundo a ex-servidora, sua exoneração se deu logo após ela solicitar dados relacionados à empresa Sancil, pivô do escândalo do lixo hospitalar em Araguaína que começou no início de novembro. Após o caso,  ocorreu a exoneração de 12 delegados regionais que fez o caso ganhar destaque até nacional e gerar uma crise interna no Governo estadual.

“Quando estourou o escândalo (lixo hospitalar), eu recebi uma ligação indagando o porquê de os dados do contrato não estarem no portal da transparência. Como era responsável pelo sistema de informação, comecei a ir atrás das informações. Obtive alguns detalhes e no dia seguinte saiu a minha exoneração”, declarou a ex-servidora.

Cláudia Regina ressaltou que foi pega de surpresa e pediu esclarecimentos para a diretora e o secretário, mas não obteve resposta. A ex-servidora declarou ainda que em uma reunião com diversos órgãos fiscalizadores realizada no mês novembro, o secretário anunciou que sua exoneração se deu por falta de produtividade.

“Ele disse que já havia sido pedida (exoneração) por que eu não estaria realizando um bom trabalho. Mas saiu a Escala Brasil de Transparência onde obtivemos um excelente resultado. Achei irresponsável da parte dele, pois com tais declarações poderia prejudicar a minha carreira, uma vez que isso não é verdade”, desabafou.

Após a exoneração, Cláudia Regina afirmou que procurou a diretora da pasta para pedir explicações a respeito de seu desligamento e a resposta veio em forma de intimidação. “Mandei uma mensagem para a diretora desabafando e no dia seguinte chamaram meu pai para tentar me intimidar. Depois dessa reunião, meu pai me disse para eu não fazer nada porque eles estavam preocupados com o que eu poderia dizer”, pontuou.

A ex-gerente acusa a gestão de desmantelamento do setor por conta de ações políticas e afirmou que a diretora nunca teve nenhum contato com a área até ser nomeada. Segundo ela, colocaram um interino no meu lugar da área de TI e todo portal da transparência está desatualizado. “A diretora é odontóloga e nunca teve contato com a área até ser nomeada. Meu trabalho era extremamente técnico. Nunca fui partidária”, reclamou.

Além de assédio, intimidação e perseguição polícia, a ex-gerente de transparência afirmou que a exoneração foi um ato de retaliação em face da investigação feita por ela. Para a ex-servidora, o caso foi escandaloso porque envolve não só a retaliação, a intimidação, o assédio e a dissimulação de estarem preparando uma exoneração, mas de terem permitido sua exposição na mídia nacional.

“Se não estavam satisfeitos, era só ter me exonerado e pronto. Para mim foi uma coincidência muito grande eu ter acesso aos dados do contrato da Sancil em um dia e no outro eu ser exonerada. Eu quero deixar claro que não vazei os documentos na minha gestão, mas achei absurdo”, finalizou.

Outro lado

Sobre as denuncias da ex-servidora, o governo, por meio de nota, negou as acusações e voltou a alegar que a servidora foi exonerada por falta de produtividade enquanto ocupava o cargo de gerente de transparência na CGPT.

Foto: Arquivo pessoal

 

 

 

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