Escola de São Paulo afasta professor que usou roupa da Ku Klux Khan em festa

O professor pode responder por crimes de apologia ao crime e de racismo. Se condenado, pode pegar até três anos de prisão.

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A Secretaria de Educação do estado de São Paulo afastou um professor de História que circulou no pátio da escola estadual Amaral Vagner, em Santo André, com roupa parecida com a que usava pelos extremistas a Ku Klux Klan. A atitude do professor gerou revolta.

O grupo supremacista KKK surgiu no começo do século XX, nos Estados Unidos, e pregava a supremacia branca, a anti-imigração, o anti-catolicismo e o anti-semitismo.

O caso aconteceu no dia 8 de dezembro, no encerramento da Semana Temática e da Olimpíada, em que os alunos do terceiro ano podiam escolher uma alegoria para participar do Desfile de Fantasia. Funcionários da escola e professores foram chamados a desfilar também.

“Um professor de História, sem o conhecimento da escola, vestiu-se com uma fantasia que fazia alusão ao grupo terrorista Ku Klux Klan. No mesmo instante que o professor adentrou a quadra, local onde ocorreria o desfile com tal vestimenta, foi vaiado e retirado da quadra pelos estudantes e membros do Grêmio e Atlética que estavam presentes na hora do ocorrido. O professor foi obrigado a tirar a fantasia e encaminhado para a direção escolar”, diz um comunicado.

A Secretaria Estadual da Educação informou que o professor envolvido está afastado até o término da investigação. A Pasta também informou que não admite qualquer forma de discriminação e injúria racial. O professor pode responder por crimes de apologia ao crime e de racismo. Se condenado, pode pegar até três anos de prisão.

Diretor da escola pede desculpas

Na página da coordenação da escola, o diretor, Wagner Luiz Bonifácio dos Santos, publicou uma carta de retratação se desculpando com “toda comunidade da escola e também com aqueles que possam se sentir ofendidos pelo traje usado por um de nossos professores em tal evento. Esclarecemos que não compactuamos com nenhuma manifestação ou incitação a discurso de ódio ou permitimos, em nossa unidade escolar, apologia à segregação contra qualquer grupo étnico, crença, gênero ou classe social”.

Na carta, Wagner diz que o professor reconheceu que “sua ação foi infeliz” e que o sujeito enviou uma carta à direção da escola com um pedido de retratação. Ele também se desculpou em uma reunião do Conselho Escolar, no sábado (18).