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O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho atribuiu a confusão com os documentos ao empresário Wilmondes Sousa Lira, que o representa no país. O ex-atleta e o irmão e empresário, Roberto Assis, foram flagrados no Paraguai desde a noite dessa quarta-feira (04) sob suspeita de portar passaporte falso.
Wilmondes é natural de Porto Nacional, Tocantins, onde vive seus familiares e atualmente reside em Brasília. Ele teria sido preso enquanto Ronaldinho e Roberto Assis prestaram esclarecimentos ao Ministério Público Paraguaio.
Um dos advogados dele, Adolfo Marín, afirmou à imprensa paraguaia que o ex-jogador não têm restrições de circulação, porém vão ficar no Paraguai por enquanto. Ronaldinho participaria, a convite, de eventos sociais que ocorrem nesta quinta-feira (5), na cidade de Lambaré, próximo à capital, Assunção.
O comissário Gilberto Fleitas, diretor de Investigação de Fatos Puníveis da Polícia Nacional, disse que eles estavam em uma mesa jantando e disseram que quem facilitou foi o brasileiro Wilmondes Souza Lima. “É uma pena que um ídolo mundial esteja passando por isso. Estamos diante de um fato punível, ainda mais quando se trata de um documento oficial”, disse o comissário em entrevista à rádio paraguaia ABC Cardinal.
O advogado que representa os irmãos, Adolfo Marin, afirmou que Ronaldinho está chocado com a situação. “Ronaldinho e seu irmão disseram que são praticamente vítimas. Eles podiam entrar tranquilamente com a identidade brasileira. Ele está chocado e surpreso com esta situação. Ele testemunhará perante o Ministério Público e dirá quem o enviou o documento”, afirmou.
Investigação está em curso
O promotor Federico Delfino, que pertence ao combate ao crime organizado em Assunção, explicou na manhã desta quinta-feira (05) que os documentos são originais, mas os números não são compatíveis. “Se checou a documentação, que chamou a atenção. Verificamos que os números de passaporte pertencem a outras pessoas. São passaportes originais, mas com dados apócrifos. Esses passaportes foram tirados em janeiro deste ano”, explicou Federico Delfino.
Também em entrevista à rádio ABC Cardinal, o ministro do Interior, Euclides Acevedo, disse que será aberta uma investigação. “Nós não só estamos querendo investigar a adulteração, mas também as autoridades que permitiram esta irregularidade de procedimento”, disse. Ele acrescentou que os documentos teriam sido adulterados “para por os nomes dessas pessoas e que por isso foi feita uma denúncia”. “Como autoridades de Estado, não podemos permitir esse tipo de adulteração, seja de quem for.”
A Procuradoria paraguaia declarou no início da madrugada desta quinta que foram encontrados vários documentos paraguaios com o nome do jogador e de seu irmão. “A investigação está em curso”, informou o órgão.
Histórico de problemas com a Justiça
O ex-jogador de 39 anos acumula problemas recentes com a Justiça. Em 2018, teve o passaporte apreendido por conta de uma condenação pela construção irregular de um pier com estrutura de pesca e atracadouro na orla do rio Guaíba, área de preservação permanente.
Em fevereiro deste ano, Ronaldinho Gaúcho virou réu em uma ação coletiva que pede R$ 300 milhões por danos morais e materiais por causa da empresa 18kRonaldinho. A investigação apura um esquema de pirâmide financeira.
*Com informações do Metrópole