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Grazielly da Silva Barbosa, proprietária da clínica estética Ame-se, localizada em Goiânia, foi presa pela Polícia Civil nesta quarta-feira (3). Ela é suspeita de cometer crimes contra as relações de consumo. A prisão ocorreu após a morte da modelo e influenciadora digital Aline Maria Ferreira, de 33 anos, que faleceu depois de um procedimento estético de aumento dos glúteos com a aplicação de PMMA realizado por Grazielly.
A ação foi conduzida por policiais da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) de Goiás. Aline morreu em um hospital particular de Brasília, onde estava internada.
Conforme a Lei 8.137, crimes contra as relações de consumo incluem fraudar preços, induzir o consumidor ao erro sobre a natureza e qualidade do produto ou serviço, e vender mercadorias com descrição ou composição em desacordo com as prescrições legais.
Entenda o caso
O marido de Aline relatou à Polícia Civil que ela morreu na terça-feira (2) em um hospital particular de Brasília, onde estava internada desde sábado (29). O procedimento estético foi realizado no dia 23 de junho em uma clínica de Goiânia. Segundo ele, a cirurgia foi rápida e Aline voltou para Brasília no mesmo dia, inicialmente sem problemas. No entanto, no dia seguinte, ela começou a apresentar febre.
O marido contactou a clínica, que afirmou que a febre era uma reação normal e recomendou um remédio. Mesmo medicada, Aline continuou com febre e, na quarta-feira (26), começou a sentir dores abdominais. Na quinta-feira (27), Aline desmaiou e foi levada ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Após um dia, ela foi transferida para um hospital particular na Asa Sul, onde faleceu.
O corpo de Aline foi sepultado na manhã quinta-feira (4) no cemitério Campo da Esperança do Gama.
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Aplicação de PMMA nos glúteos
Conforme apurado, Aline passou por um procedimento onde foram aplicados 30 ml de PMMA em cada glúteo.
O PMMA (polimetilmetacrilato) é uma substância plástica utilizada em tratamentos estéticos faciais e corporais. No entanto, pode causar reações inflamatórias, deformidades e necrose dos tecidos onde é aplicado. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classifica o PMMA como de risco máximo, recomendando que apenas profissionais médicos treinados o utilizem.
Segundo a Anvisa, o PMMA é destinado principalmente para corrigir pequenas deformidades causadas por AIDS ou poliomielite.
Bioestimulador
O marido de Aline disse ainda que o procedimento foi realizado pela dona da clínica, que visitou Aline no Hran após ser informada de sua condição. No hospital, Grazielly negou ter usado PMMA e afirmou ter aplicado um “bioestimulador”.
Em um telefonema posterior, a esteticista sugeriu que Aline poderia ter contraído uma infecção do lençol de casa, mas o marido descartou essa possibilidade, dizendo que o local da aplicação nunca apresentou inflamação ou secreção.
De acordo com o marido de Aline, nenhum medicamento administrado no hospital foi eficaz, possivelmente devido ao produto injetado.