O Eneide Circus, alvo de um ataque criminoso no dia 23 de novembro em Central do Maranhão, voltou ao picadeiro em Santa Helena, a cerca de 156 km de São Luís. A primeira apresentação após o episódio foi marcada por forte emoção e simbolizou um recomeço para a trupe.
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Durante o ataque, a artista Camila Gomes foi vítima de estupro cometido por um adolescente de 17 anos, segundo a Polícia Civil. Desde então, Camila enfrentou um processo difícil de recuperação emocional para retomar as atividades do circo, que é a principal fonte de renda da família.
“Receber os aplausos na volta foi algo muito importante para mim como artista. Esse retorno era algo que eu estava tentando e, felizmente, consegui”, declarou Camila emocionada.
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Ela também agradeceu o apoio recebido de centenas de pessoas por meio das redes sociais. “Senti-me abraçada por cada mensagem que recebi. Ainda existe empatia e amor entre as pessoas, e isso me fortalece enquanto espero que a justiça seja feita”, afirmou.
Investigações e prisões
Até o momento, sete dos oito integrantes do grupo criminoso foram detidos. Entre eles, três menores de idade foram apreendidos, e quatro adultos presos.
A última prisão ocorreu no dia 2 de dezembro, quando Nalberth Cunha Costa, considerado o segundo na hierarquia do grupo, foi capturado em Central do Maranhão. Ele estava escondido em uma residência.
No dia 29 de novembro, o adolescente de 17 anos, apontado como autor do estupro, entregou-se à polícia após negociação mediada pelos familiares. Ele foi apreendido na Zona Rural de Guimarães e transferido de helicóptero para São Luís. Em depoimento, o adolescente confessou o crime.
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Camila relatou que foi abusada na frente de sua filha de 1 ano. “Eles pediram dinheiro e depois me arrastaram pelos cabelos. Um deles me levou para dentro do trailer, onde estava minha filha dormindo. Ele colocou uma arma na minha cabeça e disparou, mas o tiro errou. A única coisa que eu conseguia fazer era passar a mão na minha filha e em mim mesma para ver se tinha sido atingida”, desabafou.
Dois adultos foram encaminhados para a Unidade Prisional de Pinheiro, enquanto os três menores seguiram para um Centro Socioeducativo em São Luís.
Ação criminosa
O ataque aconteceu por volta das 23h, cerca de 40 minutos após o último espetáculo. Armados e agressivos, os criminosos invadiram o local, roubaram dinheiro e pertences e agrediram membros da família do circo, incluindo dois idosos, um deles com Alzheimer, que sofreu ferimentos.
Após o crime, o circo decidiu cancelar as apresentações restantes em Central do Maranhão e deixou a cidade. Camila recebeu atendimento médico e psicológico, incluindo o uso de antivirais para prevenção de infecções sexualmente transmissíveis.
O Eneide Circus, de origem paraense, seguia uma turnê pela região da Baixada Maranhense antes do ocorrido. Apesar do trauma, a trupe busca reerguer-se com o apoio do público e das autoridades.