A cachaça artesanal “Dama dos Azuis” do sudeste do Tocantins se prepara para ganhar mercado

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Com entrega do primeiro grande lote, prevista para a terça-feira (17), a cachaça artesanal “Dama dos Azuis” produzida por agricultores familiares, principalmente, da região sudeste do Tocantins se prepara para ganhar mercado regional e nacional. A marca é o primeiro destilado produzido de forma artesanal em cooperativa no estado.

Conhecida pelas belezas naturais que adornam as Serras Gerais, a região sudeste do Tocantins é também famosa pela diversidade cultural manifestadas nas comunidades tradicionais e dos agricultores familiares. A produção de cachaça artesanal sempre existiu na região, mas de maneira rudimentar. Foi então que, a partir de muitas reuniões e dos dias de campo de extensão rural, produtores daquela região se uniram para montar uma cooperativa. No início de outubro, nove produtores estiveram em Minas Gerais, o estado líder em produção de cachaça artesanal no Brasil, para participar de cursos de aperfeiçoamento.

Conforme o diretor financeiro da Cooperativa de Produtores de Cachaça do Sudeste do Tocantins (Coopercato), Aílton Palmeira de Souza, o primeiro lote conta com 600 garrafas, comercializadas inicialmente a R$ 25 a unidade. O diretor ressalta que 22 produtores dos municípios de Porto Nacional, Natividade, Dianópolis, Combinado, Taguatinga e Novo Alegre do Tocantins fazem parte da cooperativa. “Estamos muito felizes por atingir um mercado maior. Foram anos de pesquisa e organização da entidade”, pontuou.

Certificações

Aílton Palmeira explicou que a cooperativa já possui o Registro de Produtos de Origem Vegetal no Ministério da Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Governo Federal e está finalizando a entrega da documentação necessária para conseguir a certificação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Capacitações e investimentos

De acordo com o agricultor familiar Rui Barbosa Costa, que há 16 anos produz cachaça artesanal no município de Combinado, foram necessários investimentos em qualificação e maquinários. “Cheguei a investir cerca de R$ 80 mil em equipamentos, na montagem de um alambique com caldeira, engenho e também no armazenamento do produto. O esforço agora começa a ter retorno”, afirmou. Quem também espera os resultados positivos da primeira grande venda é a produtora Vanilda Antonia de Oliveira. Fazendo testes com garrafas para o envasamento do produto, ela sonha em expandir a Dama dos Azuis a mercados exigentes. “Não é só a cachaça que tem que ser boa e ter qualidade. Ela precisa ser bonita e apresentável. Caso contrário, o cliente não aprova”, afirmou.

Rui Costa foi um dos produtores que investiu em qualificação e maquinário.

Variedades

Segundo os produtores, inicialmente serão comercializados dois tipos de cachaça: o modelo prata, mais comum; e o envelhecido na madeira de umburana, árvore específica do bioma Caatinga e presente no sudeste tocantinense, com propriedades aromáticas e balsâmicas.

A marca “Dama dos Azuis” faz referência ao Rio Azuis, conhecido como “o menor rio do mundo”, que fica localizado bem próximo do limites intermunicipal entre Aurora do Tocantins e Taguatinga. Com a extensão de apenas 147 metros, este rio na verdade é o menor da América Latina, ficando na terceira posição entre menores do mundo.

Fotos: Tharson Lopes

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