Uma casa foi incendiada no quilombo Rio Preto, e moradores suspeitam que o ato seja uma retaliação após a remoção de uma cerca que impedia o acesso da comunidade a um rio. A Secretaria da Segurança Pública informou que a Polícia Civil está conduzindo diligências para investigar a possibilidade de um conflito fundiário.
>> Siga o canal do "Sou Mais Notícias" no WhatsApp e receba as notícias no celular.
🔹 Denúncias de violência e ameaças
Segundo os moradores, o território tem sido alvo frequente de ameaças, destruição de lavouras e incêndios criminosos. Apesar das denúncias feitas às autoridades, a comunidade afirma que ninguém foi responsabilizado até o momento.
“Temos uma liminar que nos garante a posse provisória do território, mas os fazendeiros continuam desrespeitando, passando trator próximo às casas. Como não há punição, outros fazendeiros também começaram a nos atacar”, relata a moradora Rita Lopes dos Santos.
🔹 Ações das autoridades
Diante da crescente violência, uma força-tarefa formada por dez órgãos estaduais e federais foi criada para debater medidas de segurança. No início de fevereiro, representantes do Incra, Defensoria Pública do Estado, Polícias Civil e Militar, e da Secretaria de Povos Originários visitaram a comunidade.
Dias depois, parte de uma cerca foi removida, permitindo o acesso dos quilombolas ao rio. No entanto, em 19 de fevereiro, uma casa próxima ao local foi incendiada.
A Secretaria dos Povos Originários do Tocantins repudiou o ocorrido e afirmou estar tomando providências para garantir a segurança da comunidade e responsabilizar os envolvidos.

🔹 Conflito fundiário e reconhecimento do território
A violência no quilombo se intensificou após a certificação da Fundação Cultural Palmares em 2023, que reconheceu oficialmente a comunidade como quilombola. Registros de boletins de ocorrência já foram feitos na Polícia Federal e no Ministério Público Federal, uma vez que a área é de competência da União.
Se confirmado o conflito fundiário, as provas serão encaminhadas para a Polícia Federal, que dará sequência às investigações.