O funcionário de um lava-jato suspeito de atirar e matar um adolescente de 15 anos, além da dona da arma usada no crime, foram liberados da prisão na tarde desta sexta-feira (7). Após passarem por audiência de custódia, Maria Sônia Ferreira Pinto e Flávio Henrique de Souza Oliveira responderão ao processo em liberdade.
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O crime aconteceu em um lava-jato na região sul de Palmas, quando Flávio, de 18 anos, encontrou a pistola de Maria dentro de um carro e disparou contra o adolescente Luís Filipe Ferreira da Silva. O jovem não resistiu ao ferimento e morreu.
A enfermeira Maria Sônia responderá por porte ilegal de arma de fogo e omissão de cautela, já que tinha permissão apenas para transportar a arma até o clube de tiro. Sua defesa informou que ela foi solta e que “os esclarecimentos [sobre o caso] continuarão sendo feitos somente no processo”.
Já Flávio poderá responder por homicídio doloso. A Defensoria Pública, responsável por sua defesa, confirmou a soltura, mas informou que não comentou a decisão da Justiça.
Ambos haviam sido presos em flagrante na quinta-feira (6), logo após o crime.
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Como tudo aconteceu?
De acordo com um funcionário do lava-jato, momentos antes do disparo, Flávio estava lavando um carro, enquanto Luís aspirava outro veículo. Foi então que o jovem de 18 anos encontrou a pistola dentro de uma mochila deixada sob um dos bancos do carro. Ele pegou a arma, apontou para Luís e atirou.
O adolescente estava sentado em uma cadeira quando foi atingido. Ao perceber que o amigo estava ferido, os funcionários correram para socorrê-lo e o levaram para a unidade de saúde, mas ele não resistiu.
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Versões dos envolvidos
Segundo o boletim de ocorrência, Flávio afirmou à polícia que pensou que a arma fosse de brinquedo. Ele disse que puxou a arma do chão, apontou para cima, e ao abaixar, houve o disparo acidental.
O delegado Leandro Risi explicou que Flávio foi preso por homicídio doloso, pois assumiu o risco de que a arma poderia ser real.
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Já Maria Sônia foi detida porque, mesmo sendo CAC (Colecionadora, Atiradora e Caçadora), não podia portar a arma livremente, apenas transportá-la até o clube de tiro.
“Ela obviamente não estava indo ao clube, pois deixou o carro para lavar”, destacou o delegado.
Sonho interrompido
Luís Filipe trabalhava para juntar dinheiro e realizar o sonho de comprar uma moto. Sua mãe, Soraia Maria Ferreira de Oliveira, contou que ele adorava trabalhar e já tinha passado por outros lava-jatos.
“Eu brigava com ele, mas ele não queria saber, queria mesmo era trabalhar. Sempre gostou de trabalhar”, disse emocionada.
Ela também relatou que o filho e Flávio eram amigos e passavam muito tempo juntos. “Na noite anterior ao crime, eles estavam arrumando a bicicleta juntos. Meu filho era muito carinhoso, tinha um coração enorme”, concluiu.